Maddie é uma batedora de carteiras que anda pelas ruas sinistras e mágicas da Cidade Réquiem. Quando ela rouba dos gêmeos milionários Dobrzycka, eles a forçam a fazer uma escolha: dominação ou destruição.
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Maddie é uma batedora de carteiras que anda pelas ruas sinistras e mágicas da Cidade Réquiem. Quando ela rouba dos gêmeos milionários Dobrzycka, eles a forçam a fazer uma escolha: dominação ou destruição.
Classificação etária: 18 +
Autor original: C. Swallow
Aviso: Esta história contém algumas cenas fortes e explícitas, incluindo BDSM e dominação sexual. Não acreditamos que as cenas de sexo nesta história sejam realistas ou ideais.
Respirei o ar da manhã enquanto me empoleirava na borda de um edifício abandonado no Bairro Esqueleto da Cidade Réquiem, um verdadeiro buraco, mas também era minha casa – a única casa em que já vivi.
Naquele momento, o fedor estagnado da cidade foi substituído pelo cheiro de agulhas de pinheiro frescas que vinham da floresta.
A visão do horizonte era perfeita, como se tivesse saído diretamente de um livro de conto de fadas, mas bastou um olhar para baixo para lembrar que a realidade da minha vida era tudo menos um conto de fadas.
Algumas pessoas se apegavam a lendas tolas do passado sobre magia e dragões divinos, mas o único poder em que eu acreditava era o meu. Eu havia determinado meu próprio destino, ninguém mais.
Alguns lunáticos passavam a vida inteira tentando se convencer de que dragões existiam, escondidos entre nós.
Mas eu? Nunca tive tempo para faz de conta.
Minha vida sempre foi governada por uma palavra: correria, correria, correria.
Agora ou nunca.
Qualquer coisa para conseguir um trocado nas ruas tensas da Cidade Réquiem.
Por que perder tempo pensando em besteira quando a realidade estava prestes a te arregaçar?
Não, eu colocava esses pensamentos de lado enquanto me sentava na borda, meio desequilibrada, chutando pedaços de concreto para a rua abaixo.
Fodam-se os contos de fadas.
Fantasias duram pouco na Cidade Réquiem…
Meu celular começou a vibrar descontroladamente e eu o tirei do bolso com uma sensação de pavor – eu sabia exatamente quem seria.
***
Eu podia sentir o cheiro do ouro antes que pudesse vê-lo. Uma das mulheres mais ricas da Cidade Réquiem estava sentada lá entre a gentalha, tomando um café expresso, mostrando o quão destemida ela era.
Adara Dobrzycka da fortuna Dobrzycka.
A mulher teve coragem de estar ali no Bairro Esqueleto. Provavelmente pensou que ela poderia se encaixar com seu cabelo roxo meio bagunçado. Tudo em Adara gritava como ela queria ser punk.
Engraçado como os ricos sempre gostavam de bancar os pobres. Acho que estávamos bem na moda, hein?
Mesmo que Adara estivesse tentando agir toda fria e indiferente, por acaso eu sabia que em sua bolsa estava um relógio Robishaw novinho em folha que ela tinha acabado de comprar por 900 joias.
Vamos apenas dizer que eu a estive seguindo por um tempo e aquela mulher tinha bom gosto – e bem caro .
Eu não era como a maioria das batedoras de carteira. Eu era mais baixa, mais malvada, mais inteligente.
E gostava de escolher meus alvos com dias de antecedência. Adara, por exemplo? Ela estava no meu radar por um tempo. Nossa, como eu queria arrancar aquele sorriso presunçoso do rosto daquela vadiazinha rica.
Essa era a única desvantagem de ser uma ladra. Eu não podia estar por perto para vê-los pirar, uma vez que eles perceberam que tinham sido roubados.
Um saco, né?
Mas de qualquer forma.
Naquele momento, eu queria roubar o relógio daquela cadela bilionária antes que ela percebesse.
Na verdade, eu precisava. Ou então meus dois melhores amigos, Darshan e Harry, e eu seríamos escravos para sempre de Dominic, aquele desgraçado.
Aquele relógio era o nosso bilhete premiado.
Então, eu ia dar a Adara Dobrzycka um gostinho da verdadeira Requiem da qual ela apenas fingia fazer parte.
Eu era a melhor amiga dos rejeitados, dos drogados, dos fodidos de cada esquina.
Eu era o sangue que mantinha o mercado negro funcionando.
Eu era uma órfã de dezesseis anos chamada Madeline, e nada no mundo – nem a polícia, nem os mitos da “magia”, nem mesmo a elite, como os Dobrzyckas, poderiam me impedir.
Para minha sorte, Adara não prestava muita atenção aos pobres ao seu redor. Eu usaria isso a meu favor.
Abracei meu casaco e caminhei rapidamente para frente. Esperei que uma multidão de empresários se aglomerasse na calçada, esgueirei-me entre eles e então, fingindo olhar para o lado, posicionando cuidadosamente meu dedo, virei a xícara de Adara.
Opa.
“Ah Merda!” ela gritou, levantando-se de um salto e limpando o café expresso de seu casaco “vintage”.
Aquela era minha chance. Ajoelhei-me para pegar o copo caído com uma das mãos e então – rápida como um relâmpago – coloquei a outra em sua bolsa. Senti a pequena caixa cercada por papel de seda e rapidamente a agarrei.
Eu não sabia como era tão rápida. Era fora do normal, as pessoas me diziam. Mesmo se tentassem, eles não conseguiam entender. Era como se eu tivesse magia debaixo das mangas.
Magia? Tá bom.
Levantando-me, entreguei a xícara a Adara. “Aqui”, eu disse com um olhar de desculpas.
“Não sei se percebeu, mas essa merda está vazia” , ela cuspiu, olhando para o estado de sua jaqueta.
Eu apenas dei de ombros e continuei meu caminho, o relógio já estava confortavelmente enfiado na minha bolsa.
Não seria mais suave nem se eu tentasse de novo.
Uma súbita necessidade de olhar para trás me atingiu – uma que eu sabia que deveria resistir. Mas, caramba, eu não pude evitar.
Esse tipo de triunfo merecia ser saboreado. Nunca fui atrás de uma marca tão grande e vivi para contar a história.
Arriscando, olhei por cima do ombro e…
Adara estava olhando diretamente para mim.
Foda-se.
Eu rapidamente virei minha cabeça e dobrei a esquina, certificando-me de que estava a pelo menos vinte passos de distância antes de começar a correr.
E daí se a vadia me viu por um segundo?
Não era como se ela pudesse me rastrear. Eu conhecia o ponto fraco desta cidade como a palma da minha mão.
Eu tinha acabado de roubar aquela desgraçada da Adara Dobrzycka .
Nada mais me assustava.
***
“Você jura que isso é original, Mads?”
Eu estava parada na frente de Dominic, o aspirante a mafioso que estava aterrorizando a mim e meus amigos por anos.
Quando ficou muito velho para morar em Greensward, o centro comunitário para crianças carentes, ele partiu para uma grande oportunidade, que na verdade era uma pequena operação de tráfico de drogas e armas nos arredores da Cidade Réquiem.
Dom estava examinando o relógio de ouro, com as sobrancelhas franzidas.
“É melhor você não estar fodendo comigo.”
“Eu juro pela minha vida”, eu disse. “Pertencia à própria Adara Dobrzycka. Não por muito tempo. Mas pertencia.”
Ele examinou por mais um momento, parecendo que poderia me dar um soco apenas por diversão. Como era de costume quando se tratava de Dom. Então sua postura relaxou e ele riu.
“Caralho, olha isso”, disse Dominic, jogando o relógio para um de seus capangas. “Tem a inscrição e tudo mais. Sabe, dizem que ninguém consegue roubar um Dobrzycka. Como é que uma pirralha como você conseguiu, hein?”
“Magia”, respondi, revirando os olhos por dentro. “Então, Dom. Temos um acordo ou não?”
Se conseguisse algo valioso o suficiente, poderia tirar Dominic da minhas cola para sempre. Mais importante, da cola dos meus dois melhores amigos, Darshan e Harry.
Fui largada na lixeira de um centro comunitário quando tinha apenas dois anos de idade, e Darshan e Harry foram as únicas pessoas que me impediram de me jogar do arranha-céu mais alto de Requiem.
Éramos todos descartáveis.
Órfãos.
Rejeitados.
E Darshan, sendo cego, era o mais atormentado. Frequentemente por Dominic, quando ele ainda morava no centro.
Então começamos a defender um ao outro, fazendo o que podíamos para sobreviver no dia a dia. Sem aqueles dois, eu não acho que teria sobrevivido até agora.
Eu sempre poderia confiar em Darshan para me fazer rir e em Harry para me manter na linha. Os dois eram a coisa mais próxima que eu tinha de uma família, e eu faria qualquer coisa por eles.
E por anos, esse Dominic estava fodendo com minha família. Chutando nossas bundas, nos forçando a fazer todo tipo de tarefa, nos fazendo limpar a barra dele a qualquer custo. E eu era a melhor batedora de carteiras de toda a Cidade Réquiem.
Quando Dominic deixou Greensward, pensei que finalmente estaríamos seguros. Livres.
Longe disso.
Dom deve ter feito um acordo com a diretora, Elle, uma pessoa desagradável que não dava a mínima para a nossa educação ou bem-estar.
Com seu bronzeado falso, olhos negros redondos e cabelos loiros com mechas grisalhas, ela só tinha uma coisa pela qual viver: dinheiro.
Entre os repasses do governo e algumas doações dos Dobrzyckas, Elle ainda vivia muito além de suas posses. Meu palpite? Dom a pegou no pulo.
Então ele teve permissão para continuar vindo ao centro para foder conosco.
Mas, se tudo desse certo, aqueles dias estavam acabando. Aquele relógio valia mais do que todos os roubos que fiz na vida juntos.
Tem que fazer dar certo… né?
“O acordo, Dom”, eu disse, lembrando-o. “Estamos quites ou não?”
Ele me encarou pelo que pareceu uma eternidade e então suspirou.
“Vou sentir falta de ter a melhor batedora de carteira da cidade no meu bolso. Mas sim, Mads. Mandou bem. Saia daqui. Antes que eu mude de ideia ou algo assim.”
Eu não fiquei por perto para questionar.
Eu saí daquela merda, esperando nunca ter que ver a cara feia de Dom nunca mais, tão animada para contar a notícia para meus amigos.
Eu consegui.
Finalmente estávamos livres.
***
“Você fez o quê?!”
Darshan não conseguia acreditar no que estava vendo, ou melhor, ouvindo.
“Você deveria ter visto.”
“Ha ha, Maddie. Que engraçado.”
“Você sabe que me ama.”
Estávamos sentados no telhado degradado do centro, observando o pôr do sol, descendo lentamente sobre as distantes Montanhas Requiem. Eu tinha acabado de contar tudo para o Darshan e ele mal conseguia conter a empolgação.
Estranhamente, me sentia mais relaxada do que nunca.
“Zen” ou o que quer que eles chamem.
Quando Harry, o “responsável” em nosso trio, se aproximou e Darshan começou a contar a história para ele, eu comecei a viajar.
Olhando para a encosta da montanha, lembrei-me das velhas histórias que costumavam nos contar – como as montanhas eram assombradas.
Eu sabia que era ridículo, mas eu tinha ido em algumas excursões da escola e, caramba, tinha mesmo algo estranho naquelas catacumbas. Todo aquele ar viciado e aquelas estranhas reverberações.
Parecia mesmo assombrado. Mas então, ninguém acreditava mais em magia.
Darshan e Harry se sentaram ao meu lado. O pobre Harry ficou totalmente abalado.
“Pelo amor desta cidade, Madeline”, disse ele”, o que você estava pensando, roubando uma Dobrzycka?”
Ele tinha razão. Hael e Loch Dobrzycka eram os dois empresários mais poderosos da cidade. Com apenas vinte e poucos anos, os dois irmãos gêmeos chegaram ao topo por serem absolutamente implacáveis.
E cruzar com a irmã deles, Adara? Era absolutamente inédito.
Mas poderosos ou não, ninguém me assustou.
“Eu estava pensando”, respondi”, nunca mais precisaremos nos preocupar com Dominic. Gente. Pensem nisso por um segundo. Em dois meses, estaremos fora deste lugar miserável. E livres. Realmente livres. Eu fiz isso por nós.”
Com isso, Harry suavizou. Ele colocou o braço em volta de mim. E eu coloquei o meu em torno do Darshan.
Como eu disse. Família.
“Madeline, a gente te deve uma”, disse Darshan. “De verdade.”
“Mas… continue. Desembucha.”
“Você já pensou no que os Dobrzyckas farão quando descobrirem que uma órfã de um dos centros comunitários que a Req Enterprise financia roubou deles?”
“Ah”, eu disse casualmente. “Um pequeno relógio? Não acho que seja valioso o suficiente. Não para eles.”
Essa era a diferença entre nós e os Dobrzyckas. O que era pequeno para eles foi uma mudança de vida para nós. Eu não gostava dos ricos, não me importava em roubar deles. Mas, no fundo, não se tratava de vingança contra a elite.
Por mais difícil que tenha sido falar, eu fiz isso por nós.
O sol desapareceu no horizonte enquanto ficamos sentados em silêncio, a escuridão descia rapidamente, e ainda não havia caído a ficha para nós.
“Alguém apagou a luz?” Darshan perguntou.
Nós rimos. Ele sempre teve um senso de humor sobre sua própria condição. Uma de suas muitas qualidades incríveis.
Eu estava prestes a responder quando outra fonte de luz chamou minha atenção.
Faróis.
Uma limusine gigante parou em frente ao centro comunitário e um homem igualmente gigante saiu do banco de trás.
Merda.
Hael Dobrzycka.
Ele era alto e musculoso de cair o queixo, e passou as mãos pelos cabelos tingidos de verde enquanto olhava para o telhado…
Para mim…
Hael lançou seus olhos verde-esmeralda para mim com um reconhecimento misterioso e me deu um sorriso malicioso.
Como eu disse antes…
Fantasias duram pouco na Cidade Réquiem.
Acabou de completar seu primeiro episódio diário de A Cidade Réquem.
Esta é uma história de ficção imersiva que é projetada para se encaixar em sua agenda ocupada.
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2
É só coincidência. É só coincidência.
Repeti as palavras várias vezes em minha cabeça depois que vi Hael Dobrzycka entrando no centro comunitário.
No mesmo dia em que roubei da irmã dele…
“É a porra do Hael Dobrzycka”, eu murmurei.
Só coincidência. Beleza.
“Porra, Maddie, você tá ferrada”, disse Darshan em uma voz em pânico.
“Shhhh, me deixe pensar”, eu disse asperamente.
Eu estava suando como um porco. Minha mente estava confusa e meu estômago estava se revirando em nós.
Eu nunca tive medo de nada… então por que a chegada de Hael Dobrzycka estava me fazendo sentir como se estivesse presa em uma montanha russa da qual eu não poderia sair?
“Maddie, o que há de errado com você? Você tem que correr. A gente te dá cobertura”, Harry disse, me agarrando pelos ombros.
Ele estava certo. A única coisa racional a fazer era dar o fora de lá, mas eu não estava pensando racionalmente.
Eu não sabia se era azar, ou destino, ou o que quer que seja, mas…
Eu me senti atraída por Hael.
Quando ele olhou para mim com aqueles olhos verdes esmeralda encantadores, foi como se ele estivesse olhando para minha alma.
E aquele sorrisinho presunçoso…
O que ele estava fazendo aqui?
Eu não sabia, mas precisava descobrir.
Eu empurrei a escada que levava à frente do centro e rastejei pela frente, espiando pela porta do escritório de Elle, que estava entreaberta.
“Sr. Dobrzycka, mas que surpresa tão agradável”, Elle disse, nervosa. “Eu… eu não esperava uma visita tão tardia. Eu teria me preparado melhor.”
“Eu não me importo com sua aparência”, Hael disse friamente. “Eu estou aqui a negócios.”
“Sobre o… financiamento?” Elle engoliu em seco. Sem o dinheiro dos Dobrzyckas, ela não teria mais de onde roubar para alimentar seu estilo de vida luxuoso.
Nós com certeza não víamos nenhum desses fundos.
“Eu tenho uma oportunidade para um de seus órfãos”, Hael respondeu com um tom arrogante. “Alguém para atuar como meu novo assistente. Seria uma espécie de… estágio .”
“Eu poderia recomendar vários de nossos…”
“Estou procurando alguém específico”, disse ele, interrompendo-a. “Uma jovem.”
“Oh”, disse Elle, levantando a sobrancelha e sorrindo. “Quão jovem estamos falando? Dezesseis? Quinze? Treze? Há muitas garotas aqui que podem— satisfazer suas necessidades.”
Meu estômago se contraiu e cravei minhas unhas nas palmas das mãos.
Aquela vadia do caralho – ela venderia qualquer um de nós por um maldito centavo.
– Você entendeu mal – disse Hael, lançando a Elle um olhar de desgosto. “Isso é puramente profissional”.
“Ah, claro. Eu não sugeriria o contrário”, ela disse, tentando voltar atrás. “Quem você está procurando?”
“Ela atende pelo nome de Maddie, eu acredito.”
Merda!
Em todos os meus anos de furto de carteiras, eu nunca fui pega. Eu não achei que fosse possível.
Mas um Dobrzycka estava bem aqui, procurando por mim.
Como aquela vadia da Adara me identificou? Ela só me viu por uma fração de segundo.
Eu fui rápida.
A mais rápida.
Não fazia o mínimo sentido.
A não ser que…
Lembrei daquela inscrição na parte de trás do relógio. Destacando-o. Tornando-o único.
Dominic, seu filho da puta estúpido.
Ele provavelmente tentou penhorá-lo em algum lugar onde rastreassem esse tipo de coisa. E naquele minuto…
Eu pude juntar o resto das peças:
Os Dobrzyckas rastrearam Dominic…
Dominic me traiu…
E quem vos fala está completamente fodida.
***
Incrível. Simplesmente perfeito.
Sentada na parte de trás da limusine que foi enviada para me buscar pela manhã, não pude deixar de sentir pena de mim mesma.
Eu estava indo para um destino desconhecido. Eu não tinha ideia do que os Dobrzyckas tinham reservado para mim, mas parecia que eu estava indo para a minha execução.
Agora eu provavelmente iria passar quem sabe quantos dos meus anos restantes atrás das grades. Tudo pelo que tenho lutado. Cada roubo e trapaça. Foi tudo em vão.
E a pior parte é que talvez nunca mais volte a ver Darshan ou Harry. A única família que já tive.
Nada doía mais.
Não era como se eu já tivesse uma família de verdade .
Meus pais? Tudo que eu sabia era que, nos dois anos em que me criaram, eles me deixaram com nada além de um nome – Madeline.
Eles simplesmente me abandonaram como se eu não fosse nada. Como se eu não fosse ninguém.
Quando eu tinha seis anos, Darshan decidiu começar a me chamar de Maddie, porque ele sabia que apelidos me deixavam com ódio. Então acabou pegando.
Porque isso era o que eu tinha.
Ódio.
Eu era louca.
Disposta a fazer de tudo para sobreviver.
Parecia que eu finalmente tinha ido longe demais. Eu estava perdida.
Quando o carro estacionou, eu já estava conformada. Eu sabia que a qualquer segundo as portas iriam se abrir e a polícia iria me cercar e me levar para a delegacia, enquanto as câmeras dos repórteres capturavam a imagem da ladra idiota que pensava que poderia roubar das pessoas mais poderosas da Cidade Réquiem.
Então imagine minha surpresa quando as portas se abriram e eu não estava na frente de uma delegacia.
Eu estava olhando para um arranha-céu de vidro que subia em espiral em uma boca aberta, como a de um animal mítico. Instantaneamente reconhecível por qualquer pessoa que cresceu na Cidade Réquiem como Req Enterprises. A corporação dirigida pelos Dobrzyckas.
Oh. Merda.
Eu não fazia ideia do que me esperava naquele prédio brilhante, mas de repente a prisão não parecia tão ruim.
Os irmãos Dobrzycka eram conhecidos por serem as pessoas mais cruéis e aterrorizantes da cidade.
Eu nem queria imaginar.
Enquanto eu hesitantemente saí da limusine, algum segurança particular me acompanhou para dentro. Eu nunca tinha visto isso dessa perspectiva e tinha que admitir, embora minha vida provavelmente estivesse condenada, o prédio era lindo.
Entramos em um elevador e subimos até o 99º andar.
DING!
Quando as portas se abriram, tudo que eu podia ver era vermelho. O papel de parede, o chão, até mesmo o teto do corredor – tudo vermelho sangue.
Os guardas me empurraram para o corredor e depois entraram no elevador enquanto as portas se fechavam, deixando-me sozinha.
Que merda eu tenho que fazer agora?
Dei um passo hesitante para frente, olhando para a esquerda e para a direita.
“Olá?” Eu perguntei para o corredor vazio, me sentindo uma idiota.
Havia apenas uma porta no final do corredor. Eu me perguntei o que havia do outro lado. Seria Adara?
Aquela pseudo-punk de cabelo roxo não me assustava nem um pouco. Seus irmãos gêmeos, por outro lado…
Hael e Loch.
Tudo que eu sabia eram os boatos. Que, como CEOs da Req Enterprises, eles não pararam diante de nada para construir seu império. Pisando e esmagando qualquer um que estivesse em seu caminho.
Eles eram gigantes tanto nos negócios quanto no sentido físico, elevando-se sobre todos com quase dois metros de altura.
Eu me preparei e abri a porta.
Lá dentro vi o escritório mais lindo e enorme que se possa imaginar. Mas não fazia sentido para mim qualquer ser humano ter tanto espaço.
O teto de vidro parecia infinito, derramando-se no céu. Uma lareira tão grande que ocupava uma parede inteira.
Fora isso, apenas uma longa mesa de granito preto e uma cadeira vazia ocupavam o escritório.
Minimalista era apelido.
Achei que estivesse sozinha, mas é claro que não estava.
“Ora, se não é a pequena ladra…” Eu ouvi uma voz zumbindo. Lenta, quase parecendo entediada.
Eu me virei para ver uma parede se abrir e um homem entrar. Ele usava calça de moletom de grife e um blusão combinando.
Ele sorria enquanto a fumaça saía de um cachimbo de dragão ornamentado.
Eu o reconheci imediatamente pelos outdoors. Loch Dobrzycka, em pessoa.
Para ser honesta, eu gostaria de poder dizer que ele era tão apavorante pessoalmente quanto na minha imaginação, mas o peito esculpido saindo de seu moletom aberto e suas maçãs do rosto perfeitas certamente não eram desagradáveis.
Havia algo em seu jeito desleixado, seu espírito livre, seu sorriso irritante que despertou minha curiosidade.
O homem nem estava usando sapatos. Bilionário e foi assim que escolheu viver?
De repente, eu queria saber por quê.
Era fácil esquecer o ser humano terrível que ele era ao olhar para ele. Seus olhos eram de um verde esmeralda brilhante, assim como os de seu irmão.
Quando ele se aproximou, percebi que eles pareciam reptilianos.
“O que você quer de mim?” Eu perguntei desafiadoramente.
Ele passou por mim, desinteressado, encostado na mesa de granito, ainda fumando.
Havia algo… anormal na fumaça. Não importa quanto tempo ele tragava, ele nunca teve que acendê-lo. Como se ele tivesse um fogo por dentro fazendo isso por ele.
“Para alguém que foi capaz de roubar de uma Dobrzycka”, disse ele, olhando rapidamente para os meus olhos”, você é muito lerda.”
Qualquer interesse que eu sentia, embora fugaz, evaporou instantaneamente. Senti minhas narinas dilatarem de antipatia.
Eu era uma boa mentirosa, claro, mas nunca fui capaz de esconder quando odeio alguém. Ele parecia estar lendo minha mente porque seu sorriso cresceu mais amplo, revelando seus dentes afiados.
A fumaça saiu de sua boca. “E como fica brava fácil. Há alguma qualidade boa que eu deva estar ciente?”
“Diz o homem que rouba às cegas as pessoas nesta cidade e trata a todos como um chiclete na sola do sapato.”
Eu não conseguia acreditar na minha própria coragem. Eu disse isso antes de ter a chance de pensar nas consequências e rapidamente abaixei minha cabeça.
Loch rapidamente se aproximou de mim e colocou sua perna entre as minhas, me fazendo abri-las e corar.
“Você esqueceu que eu não estou usando sapatos, ratinha de rua.”
“Não fale assim comigo”, eu disse, furiosa.
“Não é isso que você é? Você é quem entende de roubo. Fiquei sabendo que você pegou algo que não era seu. Algo da minha irmã, na verdade.”
“Eu não sei do que você-“
Não consegui terminar minha frase. Eu congelei quando Loch se inclinou para frente, passou um dedo pela alça da minha blusa e me puxou para perto. Havia algo perverso na maneira como ele me laçou em sua direção sem o menor esforço.
Estávamos tão perto que eu podia sentir seu hálito quente. Podia cheirar a fumaça persistente em sua língua. O cheiro de um incêndio florestal…
“Você é ousada, ratinha.” Ele sorriu. “Mas minta de novo e eu comerei você viva.”
Ele não estava dizendo aquilo literalmente… estava?
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