À Procura de um Pretendente

AMELIA

Era sábado à noite em Nova York. Ainda me sentia uma turista na cidade grande, mesmo estando lá há pouco mais de dois anos. Depois que deixei a Inglaterra, eu estava decidida a não me tornar "uma americana".

Não me entenda mal, eu adorava os americanos. Eu não teria me mudado para cá se não adorasse, mas ainda amava minha antiga raiz britânica.

Minhas xícaras de chá, café da manhã inglês completo, sanduíches crocantes e, como meus amigos gostavam de me lembrar, minha capacidade de "pedir desculpas" diariamente.

Eu tinha me saído bem nos meus dois anos aqui. Meus pais me ajudaram com o aluguel no começo e, no meu primeiro ano e meio, vivi como uma estudante de novo, dividindo quartos em uma região horrível nos arredores da cidade.

Foi um trabalho duro, mas me dediquei no meu emprego e consegui um salário melhor e um cargo mais sênior.

Eu morava no meu novo apartamento há quase dois meses e adorava. Era pequeno, compacto e aconchegante.

Tinha um sofá, uma TV e uma ilha que separava a parte do salão da cozinha em si, mas na verdade não era separada.

Eu tinha um quarto pequeno que só cabia uma cama de casal com uma mesa de cabeceira e um armário embutido para todas as minhas roupas.

O local em si era bom e bem cuidado. Me custava uma fortuna, e eu só conseguia pagar graças ao pouco dinheiro que herdei quando perdi meu avô cinco meses atrás.

Ele era um homem incrível que trabalhou para se tornar um grande empresário do zero. Ele tinha saído da escola aos doze anos—a história comum de um garoto malandro se tornando um gênio rico.

Pena que seu filho (meu pai) não herdou nenhuma de suas qualidades.

Eu estava quase pronta quando meu interfone tocou. Eu estava meio vestida e sabia que seria Jane. Nós íamos para um novo bar que tinha acabado de abrir.

Sempre tinha uma inauguração descolada e chique em Nova York, e Jane adorava acompanhar as tendências.

Eu trabalhava com Jane há mais de um ano, e ela era uma das minhas americanas favoritas.

Ela nasceu e foi criada em Nova York e veio de uma família com dinheiro, mas nunca deixou isso subir à cabeça. Ela trabalhou duro para chegar onde chegou no trabalho e ganhou muito respeito por isso.

"Pronta para se divertir?" ela gritou quando entrou no meu apartamento. Ela estava balançando uma garrafa de Moet na mão e estava incrível, como sempre.

"Combinamos que não faríamos esquenta." Toda vez que ela fazia isso, eu acabava bêbada. "Você vai me carregar daqui se eu beber mais de uma taça", eu ri enquanto continuava me vestindo.

Ela tirou duas taças do armário e estourou a rolha. "Qual é, Inglaterra, não seja covarde."

"Só um pouco," eu avisei.

"Um pouco bem grande", ela murmurou enquanto servia. Ela era aquela amiga que te incentiva a fazer coisas ruins, mas sempre te apoiava.

Depois que a garrafa de champanhe acabou, saímos para o ar úmido e aproveitamos a brisa leve que começou a se formar.

O verão estava se aproximando e o clima quente proporcionava uma noite adorável nos bares dos terraços de Nova York. Jane chamou um táxi. Eu ainda não tinha esse dom!

"Nós vamos encontrar Lisa e Emma," ela anunciou enquanto descíamos do táxi no bar.

Era mais movimentado nesta parte da cidade e muitos táxis estavam parando para deixar as pessoas. A atmosfera era agitada enquanto as pessoas se preparavam para começar a noite na cidade.

Lisa e Emma eram amigas de Jane, mas eu as amava como se fossem minhas. As noites com elas eram sempre muito divertidas.

Emma era aeromoça e voava por todo o mundo; era raro ela estar em casa para nossas noitadas.

Lisa trabalhava na melhor butique que eu já tinha visto. Eu adorava visitar sua loja, mas nunca tinha dinheiro suficiente para comprar nenhuma de suas roupas vintage.

Quando entramos no bar barulhento e movimentado, eu reconheci as garotas de pé ao lado de uma mesa nos fundos.

A música estava alta e o som de conversas podia ser ouvido como um zumbido baixo ao fundo. Emma estava conversando com um homem quando Lisa veio correndo nos cumprimentar.

"Ei, ainda bem que chegaram," ela disse enquanto nos abraçava. "Emma está tentando encontrar um cara. Ela está na caça," ela acrescentou com um revirar de olhos.

"Bem", eu disse, rindo. "Eu amo ser cupido, então sai da frente." O Moet já tinha subido à minha cabeça e eu sabia que estava pronta para uma noite divertida, lembrando ou não!

O bar era sem graça, então depois de algumas bebidas, decidimos ir para um antigo favorito. Era um bar rústico e escuro cheio de caras de Wall Street.

Estávamos à procura de um homem rico para Emma, então que lugar seria melhor?

A música estava mais baixa do que no último bar, e a maioria dos homens usava terno. Enquanto eu olhava ao redor, fiquei feliz por ter colocado a minha melhor roupa.

A maioria das mulheres à nossa volta parecia estar vestida para conhecer seu próximo marido, que provavelmente seria rico, consultor financeiro ou investidor.

Eu sabia que não deveria misturar bebidas, porque eu sempre acabava sendo carregada para casa, me arrependendo e ficando com nojo de cerveja por cerca de uma semana depois.

Mas dane-se! Eu estava bêbada e queria outro coquetel Long Island.

Quando voltei cambaleando do bar com minha bebida, pude ver as meninas com alguns caras, um deles, em particular, chamou minha atenção. Ele era bonito... muito bonito.

Ele tinha um maxilar forte, bem barbeado, e cabelo curto com gel. Ele era diferente. Ele exalava poder e era muito intimidador, embora estivesse sorrindo.

Seu terno parecia caro, e estava combinando com uma camisa branca que parecia ter sido feita para um ensaio de modelo, em vez de uma noite de bar.

As mangas de sua camisa estavam cuidadosamente dobradas até os cotovelos e sua gravata estava afrouxada em volta do pescoço, dando aquele ar sexy de "eu tive um longo dia".

Seu amigo não tinha uma aparência tão poderosa. Ele também era elegante, mas parecia mais tranquilo e menos arrogante. Enquanto falava, fazia gestos com as mãos sobre a mesa, o que o fazia parecer mais aberto e acessível.

O homem poderoso sorriu para mim quando cheguei à mesa e tive que forçar meus olhos para longe dele. Quando eles voltaram por conta própria, notei que seus olhos eram sombrios e misteriosos.

Seus lábios eram irresistíveis, e eles continuaram sendo, mesmo quando ele não estava sorrindo, para dar a ilusão que ele ainda estava. (Não como um coringa, mas de um jeito estranho—era fofo).

Tomei outro gole do meu coquetel Long Island e mexi o canudo. Eu estava tentando o meu melhor para me distrair da atração que sentia por ele.

Então eu senti seu olhar de volta em mim, e quando meus olhos se ergueram, eles encontraram os dele. Ele rapidamente olhou para baixo e riu para si mesmo. Ele parecia gostar de mim!

"Oi," eu murmurei sem jeito. Ele assentiu sem dizer nada e se virou para falar com seu amigo.