Dois Anos Depois

ELLA

"Idiota," eu sussurrei enquanto voltava para a cozinha. Meus olhos estavam inchados e meu rosto vermelho. Minha mãe olhou para mim com horror enquanto eu continuava meu trabalho.

"Ella?" Sophie falou baixinho enquanto abria a porta do meu quarto. Fingi dormir, esperando que minha mãe não insistisse. Mas ela insistiu. Mamãe sentou ao meu lado na cama, acariciando meu cabelo.

"Eu sei que você está acordada, Ella Bela."

Sorri um pouco ao ouvir meu apelido. Sentei-me e deixei minha mãe me abraçar. "Ele me rejeitou," eu finalmente disse.

Minha mãe se levantou e olhou para mim. "Quem? Quem rejeitou você?" Ela agarrou meus ombros e os sacudiu levemente. "Você encontrou um companheiro?"

Eu balancei a cabeça. "Foi Zane. Sentimos isso na escola. Ele não me quer." Comecei a chorar novamente.

Minha mãe balançou a cabeça, incrédula, depois falou baixinho, acariciando meu cabelo.

"Talvez seja melhor assim. Você sempre fez cara de destemida, mas sei que as coisas não são fáceis para você. Você encontrará outro companheiro e as coisas ficarão melhores."

Eu ri amargamente. "Eu nunca mais vou querer um companheiro."

Quando acordei na manhã seguinte, minha mãe estava dormindo ao meu lado na cama. Passou a noite me abraçando e me confortando.

Mesmo sabendo que eu não era nada para ele, a rejeição ainda doía. Sempre pensei que meu companheiro me amaria e me aceitaria, o tipo de amor que vi meus pais terem.

Eu sabia que a escola seria uma tortura. Eu ficaria mexida se encontrasse o Zane. O vínculo de companheiro não desaparece da noite para o dia. Demora a desaparecer e ainda estava forte dentro de mim.

Ontem à noite, fui acordada por meus sentimentos por Zane. Eu podia senti-lo fazendo sexo com Mariah o intenso prazer e as emoções.

Meu companheiro estava com outra pessoa e doía tanto que eu quase gritei.

"Então, como é ser rejeitada?" Mariah soltou quando cheguei na escola.

Abaixei a cabeça e continuei andando, esperando que ela desistisse. Ela não fez isso.

"Ômega, estou falando com você!" Mariah gritou, fazendo todo o corredor parar para ver a comoção.

Soltei um suspiro antes de me virar para Mariah. "Eh," eu respondi, encolhendo os ombros. "Não sou um grande fã das sobras. Você pode ficar com ele."

Houve suspiros audíveis dos espectadores e a fúria brilhou nos olhos de Mariah. "Com quem você pensa que está falando assim, ômega ~?"

Percebi o que tinha acabado de fazer e abaixei a cabeça. "Desculpe. Eu não sou nada. É por isso que fui rejeitada." Virei e caminhei para a aula, com raiva por não ter permissão nem para me defender.

Virei a esquina, lutando contra as lágrimas quando bati em alguém. Canela e pinho.

Eu sabia exatamente quem era, mesmo sem precisar olhar para cima. "Com licença..." sussurrei.

Ele se elevou sobre mim por um momento antes de se afastar e me deixar passar.

"Idiota..." eu sussurrei em meu pequeno ato de desafio, enquanto me afastava rapidamente.

Quando voltei da escola para casa, desabei na cama, mentalmente exausta por causa daquele dia horrível.

Passei o dia inteiro mantendo a cabeça baixa e esperando que ninguém falasse comigo. Ninguém fez isso, mas isso não me impediu de ouvir os sussurros.

"Dia difícil?" Minha mãe entrou e se sentou na cama, esfregando minhas costas.

"Literalmente o pior," consegui dizer.

"Bem, querida, por que não fica em casa? O jantar já está encaminhado. Pode ficar aí comendo besteira, chorando as pitangas. Daí amanhã começaremos do zero."

Minha mãe tirou alguns fios de cabelo do meu rosto antes de me dar um sorriso caloroso.

"Ok..." eu murmurei.

Mamãe foi para a matilha e eu coloquei meu pijama mais confortável. Sentei na cama assistindo a filmes de menina e me empanturrando de chocolate, sorvete e Cheetos picante.

Eu estava zoada, mas nem me importei. Só tinha mais uma semana de aula. Daí a maioria dessas pessoas terá ido para a faculdade, para treinar ou para novas matilhas com seus companheiros.

Chorei com esse pensamento, sabendo que todos seguiriam em frente e eu ainda estaria aqui, rejeitada e trabalhando na cozinha pelo resto da vida.