Nascida Humana - Capa do livro

Nascida Humana

A. Makkelie

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Chapter
15
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18+

Summary

Kiara’s entire life has been hell. After suffering fifteen long years of torture at the hands of her parents and the rest of the pack, she’s almost given up on life. That is, until she meets two alphas, both of whom desire her and would kill for her. The only thing she wants, however, is freedom—until she realizes that one of them is her destined mate. But which one?!

Original Author: A. Makkelie

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Prisioneira

"Por favor, para!" ela gritou. Ela estava implorando para que o beta não a torturasse mais.

"Por que eu iria parar? Eu tô me divertindo demais!" A garra dele surgiu, e ele a enfiou no peito dela. Ela gritou de dor, e sua visão começou a embaçar. Os outros riram.

Desde que os pais dela a rejeitaram por ela não ser um lobo, a sua matilha a torturava e abusava dela, já que ela era "só uma humana".

Ele puxou a garra para trás, e o sangue jorrou. Ela gritou novamente e caiu de joelhos. Todos riram quando ela começou a chorar. Nem mesmo o alfa ligava para ela.

Por que ele deveria ligar, se até mesmo os seus próprios pais a desprezavam?

O beta se agachou ao lado dela e olhou profundamente em seus olhos. "Nunca mais me desrespeite." Ele cuspiu na cara dela e foi embora.

Ela fez o seu melhor para se levantar e correu em direção à floresta. Ela deixou a casa da matilha para trás e continuou correndo.

Depois de um tempo, ela caiu de joelhos e chorou alto. Ela queria fugir.

Queria ir até os humanos e nunca mais olhar para trás, mas ela não podia, porque eles a encontrariam e tornariam a sua vida ainda mais infernal do que já era.

Ela olhou para a ferida no peito e sentiu dor por todo o corpo.

Todo lobisomem nascia com um corpo humano e um corpo de lobo, então ninguém nunca estava realmente sozinho porque o seu lobo estava sempre por perto.

Menos ela. Ela nasceu com apenas um corpo humano; seu lobo nunca tinha aparecido. O médico da matilha havia dito que o seu lobo tinha morrido dentro dela quando ela nasceu.

Eles disseram que ela era humana por culpa dela mesma. Seus pais tentaram de tudo para dar uma vida de lobo para ela. Eles até a tinham mordido mais vezes do que ela podia contar nas mãos, na esperança de que o lobo dela despertasse.

Lentamente, ela se levantou e caminhou até um pequeno rio. Ela molhou a camisa no rio e a pressionou sobre o ferimento. Ela mordeu o lábio em uma tentativa de não gritar, o que felizmente funcionou.

A matilha não precisava se deleitar com a sua dor novamente...

Ela se sentou apoiando as costas em uma árvore e olhou para o rio. Então, ela olhou para o seu braço e barriga e viu velhas marcas de mordidas dos próprios pais e inúmeras cicatrizes feitas pelo resto da matilha.

Quase não havia lugar em seu corpo que não estivesse coberto de cicatrizes. Lágrimas rolaram pelas suas bochechas. Ela tinha vinte anos e, durante quinze desses anos, foi torturada e abusada.

Ela desejou inúmeras vezes que eles simplesmente a matassem, mas isso nunca aconteceu.

Ela não tinha ninguém.

Se o lobo dela estivesse vivo, ela nunca teria se sentido assim; inferno, ela teria sido uma lobisomem normal, e nenhuma das coisas que aconteceram com ela durante esses quinze anos teria acontecido!

Ela fechou os olhos e descansou a cabeça contra a árvore.

Depois de um tempo, ela ouviu gritos. Ela pulou e viu que já era noite. Ela vestiu a camisa e começou a correr em direção à casa da matilha.

Os gritos ficaram mais altos, e ela ouviu muitos lobos uivando. Ao se aproximar, viu uma carnificina. Os lobisomens jaziam dilacerados no chão, e a matilha lutava contra outros lobos.

Espera aí—por que outro bando está lutando contra nós?

Antes que ela pudesse descobrir, um lobo marrom a viu e correu em sua direção. Assim que ela o viu, ela sabia que ele era um bandido. Ela começou a correr em direção a uma árvore.

O lobo uivou quando se aproximou dela. Ela pulou na árvore e agarrou um galho. Ela sentiu a dor da ferida percorrer o seu corpo, mas ela ignorou. A vida dela dependia disso.

Ela se levantou e agarrou outro galho. O lobo pulou na árvore e mordeu a perna dela. Ela gritou quando ele a puxou para o chão.

Ela se arrastou desesperadamente para trás enquanto o lobo caminhava lentamente em direção a ela. Ele pulou e a prendeu no chão. Ela fechou os olhos quando ele estava prestes a afundar os dentes em sua garganta.

Ela sabia que a sua terrível vida estava prestes a terminar.

Mas em vez de sentir uma dor excruciante, ela sentiu o lobo se afastar um pouco. Ela abriu os olhos e olhou para o lobo, que estava parado em cima dela.

Ele não estava olhando para ela, mas sim para um grande lobo cinza parado ao lado deles.

Outro bandido.

Eles estavam se conectando mentalmente, conversando um com o outro através de suas mentes.

O lobo cinza olhou para ela. Seus olhos eram castanhos. O lobo em cima dela também olhou para ela e rosnou. Ele se afastou e começou se transformar na sua forma humana. O lobo cinzento também se tornou humano.

Ambos os homens eram lindos e…

Estavam nus…

Ela desviou os olhos e se forçou a olhar para os rostos deles. "Quem é você?" ela perguntou ao homem que até segundos atrás era o lobo cinza; era óbvio que ele era o líder.

Seus olhos castanhos eram quase pretos, e ele tinha cabelos castanhos claros. Sem responder à pergunta, o homem que tinha sido o lobo marrom a agarrou e a colocou de pé.

Ela gritou quando a sua ferida no abdome se abriu novamente.

O outro homem viu e caminhou em direção a ela. "Você é humana?" Ele pareceu surpreso e começou a rir. Outro lobo se aproximou, e o homem virou a cabeça enquanto eles se comunicavam.

"Bom, a boa notícia é que a matilha que a mantinha cativa foi quase toda exterminada, e aqueles que sobreviveram já se dispersaram," ele disse a ela.

Apesar de terem sido horríveis para ela, ela se sentiu triste... O pensamento dos seus pais estarem mortos era bem esquisito.

"A má notícia," ele continuou, "é que você é nossa prisioneira agora." Ele começou a rir e foi embora.

"Me solta!" ela disse.

Ele se virou. "Ela sabe falar!"

"Porra, claro que eu sei falar. Eu não tenho nenhum valor pra você, então me solta." Ele caminhou em direção a ela e parou a apenas alguns centímetros de seu rosto.

"Eu que decido se você tem valor ou não. Por que você foi mantida aqui?"

Ela sabia que se ela dissesse que ela era de fato parte da matilha que eles tinham acabado de matar, ela seria morta também. Então, ela manteve a boca fechada.

Ele puxou a camisa dela - que, felizmente, tinha mangas compridas para que ele não pudesse ver as suas cicatrizes - e olhou para o ferimento. "Eu vou descobrir a sua história, de um jeito ou de outro. Mas é mais fácil você me contar logo."

"Eu não tenho que te dizer nada, bandido imundo!"

Ele deu um tapa no rosto dela e agarrou a sua garganta. "É melhor você não me irritar, humana!"

Ela ofegou por ar e agarrou o pulso dele.

"Eu posso ser um bandido, mas ainda sou um lobisomem, e você? Você é apenas uma humana que não sabe nada sobre nós."

Ele tinha certeza demais... Pena que ele estava errado.

"Eu sei mais do que você pensa", disse ela. Ele soltou a garganta dela. Ela caiu de joelhos, tossindo.

"Vamos ver...", disse ele. Então, ele deu um soco na cabeça dela, e tudo ficou preto.

Quando ela acordou, a sua dor de cabeça era insuportável. Ela estava em uma casa antiga e decadente que não era usada há anos. Bem, exceto pelos bandidos, aparentemente.

Ela se sentou e percebeu que estava em um sofá. Suas mãos estavam amarradas atrás das costas, mas as suas pernas estavam livres. O líder dos bandidos caminhou em sua direção e olhou para ela. "Bom dia", ele disse.

Felizmente, ele estava vestido dessa vez.

"Onde eu estou?" ela perguntou.

Ele sorriu. "Eu faço as perguntas aqui. Quem é você?"

Ela não respondeu.

"Por que eles te mantiveram em cativeiro?"

Nenhuma resposta. Ele começou a ficar irritado. "Olha... Eu tô te dando uma chance de ser honesta, pra eu não ter que te machucar."

Ela viveu com dor por quinze anos; ela poderia aguentar mais um pouco. "Eu não nada pra te contar."

"Ah, mas você tem, sim. Se você quer viver, é melhor abrir o bico." Ele sorriu novamente.

"Quem disse que eu quero viver?"

Seu sorriso desapareceu e deu lugar a um olhar de surpresa. Ele agarrou o braço dela e a puxou para cima. "Se você não quer viver, por que você fugiu do Spencer?"

"Spencer?"

"O lobo marrom que atacou você." Essa era uma boa pergunta. Uma pergunta que ela não sabia responder.

"Blake!" Ao ouvir o seu nome, ele se virou e olhou para o Spencer, que estava parado na porta. "Eles estão aqui!" disse Spencer.

Blake rosnou. "Como eles nos encontraram?" Ele imediatamente olhou para ela e viu as suas roupas ensanguentadas. "Porra." Ele a arrastou em direção à porta. "Hora de lutar. Fica de olho nela. Ela pode ser importante."

"Sério? É por causa dela que eles nos encontraram!"

Blake rosnou. "Eles a mantiveram lá por algum motivo; temos que descobrir qual. E isso só vai acontecer se ela estiver viva!"

Spencer rosnou. "Caralho!" Ele agarrou o braço dela e a puxou para fora. Eles ouviram lobos uivando ao longe e se aproximando rapidamente.

"Quem são?" ela perguntou. Spencer não respondeu e a puxou para a floresta. Ele correu rápido. Mais rápido que ela. Suas pernas estavam cedendo. "Eu não consigo!"

Spencer a pegou no colo, e um pequeno grito escapou de sua boca. "Mantenha essa sua boca fechada!" ele rosnou para ela. Ela imediatamente soube que tinha que obedecer. Ele começou a correr.

Ela não pôde evitar ficar enjoada. Então, ela ouviu outro lobo uivando e olhou por cima do ombro do Spencer. Um lindo lobo preto os perseguia, seguido por um lobo marrom.

"Hum, Spencer?" Antes que ele pudesse responder, o lobo negro mordeu a perna do Spencer. Eles caíram no chão, e Spencer rapidamente se transformou no seu lobo.

Ele rosnou para o lobo marrom, que estava cara a cara com ele. O lobo negro estava focado nela.

"Quem é ela?"

"Eu não sei, mas tem alguma coisa errada com ela."

"Ela é humana!"

"Ah, jura? Não me diga, Mike!"

"Mas ainda assim, tem alguma coisa de diferente nela."

"Eu sei; vamos descobrir quando terminarmos de matar esses malditos bandidos."

Mesmo que ela não pudesse ouvir a conversa mental entre os lobos, ela podia ver que eles estavam confusos.

Quando um lobisomem estavam na forma humana, a pessoa estava, na maioria das vezes, no controle. Quando eles estavam na forma de lobo, o lobo assumia.

Eles podiam se comunicar quando estavam na forma de lobos, mas na forma humana, eles só podiam sentir a presença um do outro.

O lobo era uma parte separada e tinha um nome diferente da forma humana.

Ele deu um passo em direção a ela, e ela ouviu o Spencer rosnar. Os lobos marrons começaram a brigar. O lobo negro não prestou atenção neles e apenas se concentrou nela.

Ela encontrou forças para se levantar e começou a correr. O lobo pulou sobre ela e a empurrou para o chão. Ela se virou de costas e olhou em seus lindos olhos castanhos.

Ele começou a se virar e, em poucos momentos, ela não tinha mais um lobo em cima dela, mas sim um homem. Seu cabelo era da mesma cor da sua pele. Totalmente negro.

"Quem é você?" ele perguntou.

Não importa o quão bonito ele fosse, ela não queria ser prisioneira novamente. Ela jogou a perna para cima e deu uma joelhada no saco dele. Ele rosnou e caiu de lado.

Ela se levantou e começou a correr novamente. Ela olhou para trás e correu na direção de um lobo cinza.

Blake.

Ela caiu no chão e olhou para os seus olhos castanhos. De alguma forma, ele parecia preocupado. Ela ouviu um rosnado atrás dela. Ela inclinou a cabeça e viu o lobo negro. Os lobos rosnaram um para o outro.

Ela não queria estar no meio dessa briga. O Blake pulou no lobo negro e tentou morder o seu pescoço. O lobo negro era maior, e ele prendeu o Blake no chão.

Mas, com um golpe, o Blake foi capaz de afastá-lo.

Eles rosnaram um para o outro novamente. Não querendo ver o resultado, ela se levantou e começou a correr. Dessa vez, ela não olhou para trás.

Havia muitos lobos na área, mas ela não se importou. Tudo o que ela queria era a sua liberdade.

Depois de tudo, ela precisava clarear a cabeça e descobrir o que diabos realmente aconteceu. Ela continuou correndo, sem se importar com mais nada.

Ela estava muito longe para ouvir os rosnados, mas sabia que ela ainda não estava segura.

E ela estava certa.

Nem um minuto depois, ela foi empurrada para o chão e se viu cercada por lobos. A última coisa que ela viu foi o cabo de uma faca batendo em sua cabeça.

Ela acordou aos poucos. Todo o seu corpo doía. Ela tocou na sua têmpora e percebeu que as suas mãos estavam livres. Ela olhou em volta e viu que não estava mais na casa antiga.

Em vez disso, ela estava em uma cama de hospital, em uma enfermaria.

"Bom dia." Ela se assustou com a saudação do homem. O lobo negro. "Você tá bem? As suas feridas eram bem grandes."

Seu rosto ficou pálido. "V-você olhou pro meu corpo?"

Ele sorriu.

"E se eu tiver olhado?"

A raiva inundou o corpo dela, e ela imediatamente se levantou, querendo atacá-lo. Ela levantou o braço, mas quando ela começou a esbofeteá-lo, ele agarrou o seu pulso e a empurrou contra a parede. "Me solta!"

Ele sorriu novamente. "Calma, garota. Eu não olhei pro seu corpo. A médica me disse que você teve sorte. Se ela não tivesse tratado você, as suas feridas teriam infeccionado e você teria morrido."

Ela olhou para baixo e viu que estava vestindo uma legging branca e uma camisa branca de manga comprida. Ele seguiu o seu olhar. "Ela também trocou as suas roupas", ele disse.

Ela fechou os olhos por um minuto. "O que mais ela te disse sobre o meu corpo?" Ela olhou para ele.

"Só que você tinha algumas cicatrizes. Mas eu não acho isso estranho, já que você era prisioneira de lobos muito maus."

Ela o empurrou. "E agora eu sou a sua prisioneira."

"Eu não posso deixar você ir embora. Os bandidos vão te capturar novamente, e a floresta não é segura fora das fronteiras do nosso bando. Então, por enquanto, você é a minha prisioneira."

Ela não podia acreditar. Em apenas alguns dias, ela havia sido prisioneira de três matilhas diferentes!

"Quem é você? Por que os bandidos capturaram você?

"Vai se foder." Ela bateu no ombro dele quando tentou passar por ele, mas não foi muito longe. Ele agarrou o braço dela e a puxou de volta contra a parede.

"Quem diabos é você?" ele repetiu.

Ela olhou em seus olhos cor de avelã e queria se afogar neles. "Eu disse, vai se foder!"

Ele estava ficando frustrado. "Pelo menos me diga o seu nome."

"Qual é o seu?"

Ele sorriu. "Dominic. Agora me diga o seu nome. Você me deve."

"Eu te devo, por quê?"

"Por eu ter salvado a sua vida."

Ok, justo.

"Eu chamo Kiara."

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