FML: Nas Profundezas da Sedução - Capa do livro

FML: Nas Profundezas da Sedução

F.R. Black

Capítulo 2

"Bem, ele definitivamente merece esse papel, mas será que ele vai jogar bem?" ~Eu ouço uma mulher distante dizer, com uma voz meio distorcida.

Eu pisco.

Quê?

"Acho que ele pode ser o nosso curinga."

"Hum, sério? Interessante."

"Ele tá acordando," ~eu ouço a voz daquele homem familiar.

Meu corpo reage como uma víbora, já que estou acostumado a acordar em lugares estranhos desde pequeno. Sento tão rápido que posso ouvir suspiros e gritos enquanto o meu coração bate forte no meu peito.

E enrolar a minha mão em torno da garganta do Encantado não ajuda.

"Calma", ouço a mulher à minha esquerda dizer, "você não corre nenhum perigo, Jensen. Relaxa..."

Ela usou o meu primeiro nome.

Eu travo os olhos com o Encantado, tirando a minha mão do pescoço dele, e olho em volta, tentando controlar a minha respiração.

"Não é possível," eu sussurro, observando o tamanho desse lugar. "O quê..."

"Bem-vindo à Fada Madrinha LTDA", Encantado murmura com cuidado, ajustando o seu terno cinza que eu acabei de atacar. "Respira fundo e saiba que você não tá em perigo."

Eu não digo nada por um tempo enquanto o meu olhar absorve essa... empresa. Tudo é muito claro e quase espero sentir uma corrente de ar celestial, como se eu tivesse morrido.

Vejo paredes brancas altas feitas com uma tecnologia tão revolucionária que faria o Elon Musk ficar de pau duro.

As pessoas estão usando ternos e jalecos brancos e se movem como se estivessem com pressa ou atrasadas para alguma coisa.

Eu inspiro fundo mais uma vez. Não posso deixar de ver a placa gigante escrita "FADA MADRINHA LTDA" acima de uma enorme mesa de recepcionista, como se estivéssemos em um saguão gigantesco.

"Onde eu tô?" Eu sussurro.

Mas eu sei onde eu estou, que pergunta idiota.

Como isso pode estar acontecendo?

A mulher ao meu lado sorri, com um rosto bonito e elegante, apesar de ela ser mais velha.

Eu rapidamente a avalio e percebo que ela se comporta com autoridade, fica claro que ela é uma pessoa de forte influência. Seu olhar cinza-azulado me prende, me analisando.

"Estamos atrasados, infelizmente, você vai ter que aceitar o processo. Você leu e assinou a carta, então já sabe o que nós queremos de você."

"A Fada Madrinha," eu digo com um sorriso áspero, e sinto o meu olhar desafiando o dela. "E eu pensei que você era apenas uma fada velha e gorda de um livro infantil. Eu vou ser amaldiçoado?" Eu pisco para ela, de um jeito meio desrespeitoso.

Ela levanta uma sobrancelha e olha para o Encantado por cima do meu ombro. "Ele vai se sair bem." Ela sorri. "Pode me seguir, Jensen."

"King," eu a corrijo, deixando o meu aborrecimento transparecer.

Eu sigo o Encantado enquanto os meus olhos absorvem tudo, sentindo como se estivesse em um maldito set de filmagem. Pergunto como é possível, e ele me dá um rápido resumo da história da Fada Madrinha.

Zora é o nome dela.

Ela tem um nome.

E o Conselho Universal não é muito fã dela – e nem do Encantado, aliás - o que me interessa.

Aparentemente, rola muito drama familiar entre a Zora e irmãs dela, uma perigosa luta pelo poder. Elas são todas Fadas Madrinhas e têm papeis diferentes no jogo.

O pessoal desse Conselho assiste às missões da Fada Madrinha LTDA como falcões, esperando que ela falhe. Fecho a boca e ouço, absorvendo todas as informações que posso nessa estranha realidade.

Regra número um ao avaliar qualquer situação perigosa: ouvir atentamente.

As irmãs da Zora não têm jurisdição para intervir ou adulterar as missões, desde que todos sigam as regras, o que é vital. Eu rio baixinho enquanto ando. A minha mente está explodindo.

Puta que pariu.

"Você disse que quer a minha ajuda," digo, seguindo-o por um longo corredor branco. "É melhor que isso não tenha nada a ver com encontrar o amor verdadeiro."

Nem fodendo.

Encantado olha para mim, e um sorriso se espalha pelos seus lábios. "Eu preciso da sua ajuda de outras maneiras. Temos outros quatro homens prontos para conquistar o amor do nosso alvo.

Mas você entende por que precisamos de você? O destino escolheu você e não temos espaço pra errar. A Fada Madrinha LTDA pode estar em jogo."

Eu espero um minuto, olhando ao redor.

Quatro outros homens.

Passo a mão no rosto. "Você me quer pra quê, então?" Estreito o meu olhar. "E é só por três meses, depois eu posso voltar pra casa com os meus milhões intactos e aquela puta na cadeia?"

Eu olho para a Fada Madrinha com ar de desculpas. "Desculpa, mas a Jenna é uma verdadeira puta ."

Ela levanta uma sobrancelha, com os olhos brilhando. "Vai ser preciso muito mais do que isso pra me ofender, Jensen."

Eu franzo a testa ao ouvir o meu primeiro nome novamente. "King."

Encantado continua. "Correto. O que eu quero de você é o que o destino quer de você." Ele olha de lado para mim enquanto caminhamos.

"Preciso que você encontre o alvo porque ainda não sabemos exatamente quem ela é. Assim que encontrarmos os outros caras, vou dar mais detalhes, mas eu preciso das suas habilidades psicológicas pra essa missão."

"Encontrar o alvo?" Eu pergunto, ficando muito intrigado.

Eu não sou idiota. Até que as coisas estão ficando emocionantes, depois que o choque passou.

Que doido. Se alguém pode dizer que esse lance é mesmo verdade, essa pessoa sou eu.

O filme Homens de Preto ~não parece ficção no momento.

"Encare tudo como uma aventura única na vida, Jensen. Você tá indo pra um planeta diferente cheio de maldições, magia e mistério.

Você vai experimentar uma coisa que as pessoas só poderiam sonhar em suas fantasias mais loucas. Divirta-se.

Eu digo isso a todos os meus novos agentes - nunca tive ninguém que se arrependeu da experiência. Você vai sair daqui um homem mudado pra melhor. Você tem a minha palavra, Jensen."

Eu levanto uma sobrancelha. "Você é bom em convencer as pessoas."

Encantado sorri e pisca. "Só tô dizendo a verdade."

Zora olha para nós. "Jensen, você vai se encontrar com os outros homens. Responderei às perguntas de vocês e vocês vão receber os seus papéis pelos próximos três meses.

Ele depende inteiramente do destino e não pode ser alterado."

Eu franzo a testa quando entro em uma grande sala com assentos elevados e respiro fundo. A parede do fundo parece a porra do sistema solar.

"CACETE. É sério?" Eu sussurro enquanto o meu coração bate forte, observando cometas distantes atravessarem o fundo do abismo. Me seguro nas costas de uma cadeira para me equilibrar.

"Senta, Jensen."

Sentar, porra? Ela está louca?!

Eu vejo os outros homens olhando para mim, e não estou prestando atenção em todos os detalhes dessa vez. "Que porra é essa?" Eu sussurro.

Que loucura.

Sento lentamente, engolindo em seco enquanto os meus olhos observam o vasto sistema solar em exibição. "Isso não pode ser verdade," eu respiro, beliscando o meu nariz e exalando lentamente.

Em que diabos eu fui me meter?

"Ei. E aí, cara?" Eu ouço um homem dizer à minha esquerda.

Minha cabeça vira como se o meu pescoço fosse feito de gesso, pois tenho que fazer muito esforço para olhar para ele.

"Não é de verdade, mano." Ele sorri e acena com a cabeça na minha frente. "É algum maldito truque tecnológico virtual. Você tá branco igual um fantasma, então achei melhor te contar."

Meu cérebro rapidamente absorve essa informação, e espero que eu não esteja fazendo uma careta, mas ele parece ser um daqueles caras idiotas da Califórnia, com seu longo cabelo castanho, camisa de praia, chinelos e pele bronzeada - sem contar que ele é alto demais.

Seu sotaque de surfista da Califórnia combina com a minha avaliação, e seu comportamento relaxado e descontraído o faz aceitar essa situação melhor do que a maioria das pessoas. Que bom para ele.

"Obrigado", eu respondo.

Ele parece não notar o meu desdém, já que o sorriso não sai de seus lábios.

"Cara, aqui é muito louco, bichoooooo. Nós chegamos ontem, então tivemos tempo pra nos adaptar." Ele faz uma pausa e uma careta. "Você me parece familiar."

"Ontem?"

"Sim, cara." Ele ajusta seu grande corpo na cadeira. "Só respira fundo, mano." Ele olha para mim. "Eu sou o Claus Baar."

Ele é alemão.

Eu não digo o meu nome para ele, e então a Fada Madrinha pigarreia.

"Agora que todos estão aqui, podemos começar a nossa emocionante jornada." Ela acena para mim e dá um sorriso. "Como vocês podem ver, finalmente temos o nosso jogador final – o Jensen King."

Eu ouço alguns murmúrios e vejo expressões espantadas.

Já saí em muitas revistas e notícias, então não é surpresa que eles me reconheçam. Afinal de contas, eu administro alguns dos cassinos mais luxuosos de Las Vegas.

Ela continua. "Tantos detalhes importantes pra repassar... Aqui na Fada Madrinha LTDA temos três níveis diferentes de missões. As operações Alfa, Beta e Gama.

O Encantado é responsável pelas missões Alfa e pelo departamento de design." Ela olha para ele com um sorriso caloroso. "Parabéns por terem sido escolhidos, saibam que é uma grande honra estar aqui."

Encantado fala. "Embora aconteça de vez em quando, ter agentes masculinos é raro. Temos um alvo feminino nessa missão que precisa ser conquistada no melhor estilo Fada Madrinha LTDA.

Agora", ele faz uma pausa enquanto a tela virtual atrás dele muda e mostra um planeta enorme, "esse é o planeta Tamesis, que faz parte da quinta galáxia".

Ouço murmúrios baixos. Meu queixo cai.

Zora acena com a cabeça, tirando os seus óculos de gatinho.

"Esse planeta reflete a era do século XVIII da Terra, mas é mais gótico. Vocês vão receber mais detalhes posteriormente, então não se preocupem. Essa é só uma breve visão geral.

O planeta é muito perigoso, senhores, então vocês precisam ter o máximo de cuidado possível pois vocês têm apenas três salva-vidas. Preparem-se para enfrentar elementos extraordinários que serão muito estranhos."

"Sim, esse reino gótico é lindo e emocionante, mas um mal profundo está se espalhando por lá."

Encantado olha para os outros homens e, depois, para mim. "Esse mundo está lidando com uma batalha pelo poder – uma verdadeira corrida para encontrar o tesouro perdido que promete dar ao seu dono um poder incalculável."

Poder incalculável.

Isso me faz sorrir, e me vejo balançando a cabeça em meio a essa situação ridícula.

"Se vocês estivessem nesse negócio há tanto tempo quanto nós estamos, perceberiam que a luta pelo poder tá presente em todo o universo." Zora suspira. "Não podemos evitar, mas podemos controlar a situação."

Eu escuto, completamente intrigado.

Honestamente, eu não ficaria surpreso se uma equipe de filmagem aparecesse do nada dizendo que caímos na pegadinha. Mas outra parte de mim sabe que isso não vai acontecer.

O Encantado e a Zora não parecem nervosos e muito menos são o tipo de pessoa que tem paciência suficiente para pregar uma peça dessa magnitude. A tecnologia desse lugar por si só já é suficiente para mostrar que é tudo verdade.

"A nossa guerra, senhores," Zora murmura, olhando para todos nós, "é uma disputa entre raças para encontrar o tesouro do Coração do Dragão.

Na verdade, é medalhão que foi destruído há muito tempo e as peças estão espalhadas." Ela olha para o Encantado. "São cinco peças, se eu não estiver enganada."

Ele acena para ela.

Ela continua. "Todos estão atrás do medalhão Coração de Dragão. Os descendentes originais dos antigos dragões eram metamorfos, uma raça poderosa que controlava esse planeta e mantinha o equilíbrio das coisas.

Esses descendentes ainda existem, mas eles perderam a capacidade de usar os seus poderes de metamorfose depois que o medalhão foi quebrado, em uma guerra antiga.

Quem possuir todas as peças e as juntar novamente herdará o poder da metamorfose, que pode ser devastador se cair nas mãos erradas.

Vocês podem imaginar que esse tipo de coisa não tem preço.

Bom, além disso existem sereias por lá, e elas não são como as sereias das histórias e filmes que vocês assistiram na Terra.

Elas são extremamente perigosas.

As sereias que são puro-sangue não podem se transformar em humanos, então elas desejam demais o medalhão, porque ele dobraria o poder delas, tornando-as ao mesmo tempo seres terrestres e aquáticos.

Dito isso, qualquer humano que possuir esse medalhão se transformará em uma fera com poderes incalculáveis."

Sereias? Eu ouvi direito? Passo a mão no rosto e respiro fundo para me acalmar.

"Maluco demais", eu sussurro. Portanto, essa é uma caça ao tesouro pelo medalhão - claro, que dá poderes incalculáveis. Não posso esquecer essa parte.

É como se estivéssemos em um maldito filme de fantasia.

"Os donos legítimos são da linhagem dos Dragões, os únicos que devem manter o poder do medalhão e não abusar dele", diz Encantado.

"Mas ninguém mais segue as regras, e agora, todo mundo quer o medalhão."

"Sereias?" um homem que parece ser do Oriente Médio diz, na frente. "Dragões?" Ele ri.

Zora ergue uma sobrancelha. "Sim, ué. Senhores, essas criaturas são altamente perigosas e irão tentar matar vocês.

O que nos leva à principal ameaça. As sereias encontraram a segunda peça do medalhão e só precisam de mais três. A Cora Meg é a esposa do Rei Tritão..."

Eu ouço uma risadinha lá na frente. "Você tá falando sério? Igual na Pequena Sereia ?"

A Zora sorri. "Prestem atenção, esses mundos refletem o planeta Terra." Ela faz uma pausa. "De onde você acha que vêm todos os contos de fada?"

Murmúrios.

Quer dizer, eu quero rir, mas ela tem razão.

"Não sabemos como, mas achamos que a Cora Meg está trabalhando com alguém de grande influência. Só sabemos que essa pessoa é o alvo da nossa missão.

Sabemos pouco sobre ela, apenas que ela é uma das filhas do grão-duque de Bridgedell Manor.

O duque tem sete filhas e uma delas é a traidora, então prestem muita atenção em cada uma delas. Vocês devem encontrar o nosso alvo e acabar com ela, estilo Fada Madrinha LTDA."

"Estilo Fada Madrinha LTDA?" o alemão diz ao meu lado, e então olha para mim e ergue as sobrancelhas. "Fazendo com que ela se apaixone por um de nós?"

"Exatamente", confirma Zora. "Se um de vocês não transformar o coração dela, ela nunca vai parar."

Eu rio, enxugando o meu rosto. "Por que simplesmente não a matamos?" Eu sugiro, encolhendo os ombros, e todos imediatamente olham para mim.

Qual o problema? Parece ser a solução mais fácil e menos irritante. Uma bala na cabeça dela e fim de jogo - tudo resolvido.

O Encantado sorri, olhando para a Zora. "O seu ponto é válido, mas não é assim que a Fada Madrinha LTDA funciona. Essa mulher em questão é o nosso alvo por um motivo - ela deve ter muita influência e poder.

Matá-la em vez de consertar o coração dela só vai abrir caminho pra que outro mal surja e tome o seu lugar, nos colocando de volta na estaca zero."

"Ela é gostosa?" Eu pergunto, não me importando com o que os outros vão pensar, e ouço algumas risadinhas abafadas.

"Todas as filhas, pelo que sei, são muito atraentes, Jensen. Mas..."

"A aparência não é tudo," digo revirando os olhos, cruzando os braços sobre o peito.

Claus concorda, balançando a cabeça, ignorando completamente o meu sarcasmo. "Pode crer, mano." Ele toca em seu coração. "É o que tá aqui dentro que importa mesmo."

Encantado me olha atentamente, e eu noto um sorriso surgindo em sua boca. "Eu ia dizer que essas são fêmeas Alfa, e que elas vão acabar com vocês mais rápido do que vocês imaginam.

Se o nosso alvo é uma mulher gostosa temos um belo sinal para estarmos alertas."

Eu levanto uma sobrancelha.

A Zora bate palmas. "Tudo bem, senhores, por favor, façam fila para as suas posições. Mais detalhes sobre o mundo e a missão serão dados mais tarde – já estamos atrasados!"

Eu relutantemente me levanto e entro na fila com os outros homens, olhando para eles.

Todos são bonitos, eu diria, mas isso não me estressa. Não estou tentando ganhar o coração dessa víbora, apenas quero me divertir.

Uma aventura de três meses não parece tão ruim assim, depois que eu quase tive milhões de dólares roubados por uma cadela estúpida.

Eu preciso liberar a minha raiva.

"O que é isso?" Vejo o primeiro homem se aproximar e colocar as mãos em uma tigela metálica depois de dar um sorriso malicioso.

Ele é alto, tem o cabelo loiro e um sorriso arrogante – parece um pirralho playboy com essas calças caras.

Ele não tem a confiança de um homem que teve que batalhar para vencer na vida. Eu já conheci muitos homens como ele - infelizmente - e ele precisa de uma porra de uma surra para ver o que é bom para a tosse.

Eu tenho muita raiva reprimida dentro do meu corpo.

Respira fundo.

"Felix Lowe," Zora diz em aprovação, sem perceber o quão idiota esse cara é. Ele é fácil de interpretar, como a maioria das pessoas que eu conheço.

A tela diz: Capitão Naval do exército de Bridgedell.

Interessante. O filho da puta provavelmente ficou de pau duro com essa notícia.

O próximo homem – um mexicano, parece ser um menino certinho, com as suas roupas perfeitamente passadas - é um cara normal, não parece ser um cuzão. Por enquanto.

"Juan Manuel de Herrera", Zora anuncia, dando um sorriso suave e encorajador.

Ele é o mais baixo do grupo, mas se comporta bem - ele pode ser bonzinho demais para encarar os perigos desse mundo. Suas mãos tocam na substância estranha que está dentro da tigela enquanto nós esperamos pelos resultados.

Juan sorri enquanto se vira para olhar a tela atrás dele. Diz: Um explorador dos trópicos de Cadaraan.

"Bom papel", murmura Zora, batendo palmas. "Próximo!"

"Mano", o Claus diz atrás de mim, "é a sua vez."

Eu expiro.

Se eu conseguir um papel tosco, eu vou matar alguém - fodam-se as regras. Ando até a tigela e sinto todos os olhares sobre mim. Que brisa.

"Não dói nada," Felix brinca dando um sorriso rude e olha para mim como se eu fosse um covarde.

Ele claramente não sabe o que eu faço no meu cassino todo santo dia.

Eu levanto o meu olhar para ele, sentindo a raiva dentro de mim ganhando vida. Por fim, suspiro. "Imagina se o seu pai tivesse pagado a dívida dele."

Que pena.

"Espera aí, o quê?" Seu rosto está contorcido, fazendo-o parecer que cagou nas calças.

"Jensen." Zora acena para a tigela, dando um olhar que diz para eu tentar bancar o bonzinho.

"Que porra ele disse?" Eu ouço o Felix perguntar a alguém próximo a ele.

Coloco as minhas mãos na água e sinto uma sensação estranha e fria, tipo... vibrações? Parece que vários minutos passam – certeza que demorou mais do que os outros.

Eu finalmente olho para a tela, e o meu coração dispara. Prendo a respiração enquanto a tela diz: Capitão BlackHeart. Governante dos Piratas da Baía de Boaba.

Eu levanto as minhas sobrancelhas e um sorriso se espalha pelos lábios, não posso evitar.

Eu sou um maldito pirata.

Uma onda de excitação me preenche enquanto a minha mente vai a milhão.

"Cara", ouço o Claus atrás de mim. "Que fodão, mano."

O Encantado bate palmas, olhando para mim pensativo, e então diz "Próximo!"

Um pirata.

Um arrepio percorre a minha espinha, e essa excitação me inunda. Eu quero rir, me sentindo como se fosse criança de novo.

Piratas? Tesouros? Sereias?

Fecho os olhos por um segundo e me afasto do Claus, com a sensação de estar sonhando. A qualquer minuto vou acordar desse sonho maluco me sentindo um idiota.

Eu enfio uma unha na pele do meu braço e sinto a dor aguda.

Eu estou sentindo dor.

Porra, tudo isso é verdade mesmo.

Claus coloca as mãos na substância e todos esperamos. A tela diz: Intendente do Capitão BlackHeart dos Piratas da Baía de Boaba.

Meus olhos se arregalam.

"Maaaanooooo," Claus lê a tela, e então olha para mim. "Parece que somos parceiros, brother!"

Não digo nada enquanto absorvo essa nova informação, o que não é ruim. O Claus é meu intendente — poderia ser pior, ao contrário.

Eu vou saber usá-lo.

O último cara é aquele que deve ter vindo do Oriente Médio, ele está vestido de um jeito muito casual, com um moletom cinza e um boné vermelho virado para trás - uma roupa que só serve mesmo para ir malhar.

Pelo olhar sério e intenso em seu rosto, eu diria que ele e o Felix se dariam muito bem. Bonitinhos. Eles poderiam medir os seus paus para ver quem ganha.

Eu rio para mim mesmo, querendo testemunhar essa luta pelo poder.

"Hamad Al-Masri." Zora acena para ele.

Ele não sorri e nem demonstra nenhuma emoção ao colocar as mãos na substância.

Eu arqueio uma sobrancelha enquanto leio a tela atrás dele. Está escrito: Conde de Salaam.~

Um conde.

Bom, parece que todos ganharam papeis decentes.

O Encantado sobe na plataforma com um grande sorriso estampado no rosto e nos olha com aquela expressão misteriosa. Eu tenho dificuldade em interpretá-lo, o que é estranho.

"Muito interessante, de fato. Essa será uma missão emocionante. Mas, senhores, chegou o momento em que vocês irão seguir caminhos separados para a sala de briefing e encontrarão os seus agentes da Fada Madrinha LTDA.

A próxima vez que vocês se encontrarem já será em Tamesis! Desejo a todos boa sorte nessa emocionante jornada."

"Nós vamos agora?" Eu pergunto, enquanto somos levados rapidamente para fora da enorme sala sob o pretexto de que estamos atrasados. Por que eu sinto que eles estão sempre atrasados por aqui?

Fomos separados e sou levado a uma sala isolada com um grande casulo no meio. Eu levo um segundo para entender tudo, o que me deixa nervoso. Eu olho ao redor da sala estéril que tem apenas uma mesa no canto.

"Certo," eu digo para mim mesmo, colocando as mãos nos quadris. "Eu sou a porra de um pirata," eu sussurro. Meu pulso salta quando a porta se abre, e o Encantado entra, e atrás dele vem uma pequena...

Que porra... é essa?!

"Jensen!" Encantado sorri amplamente, estendendo os braços em saudação. "Bom trabalho. O seu papel é muito importante pra essa missão, que maravilha.

Eu tava muito curioso pra saber o que o destino tinha reservado pra você e não me decepcionou. Parece que o destino tem grandes planos, assim como eu imaginei."

Eu mal o ouço enquanto travo os olhos com o que eu descreveria como uma criatura alienígena aterrorizante.

Ela é pequena, com duas tranças loiras bem infantis, mas ela é claramente uma mulher adulta – e sua roupa é insanamente safada.

Ela está usando meia arrastão rasgada, patins e um collant rosa choque minúsculo que mal cobre as suas... curvas.

É como se uma stripper tivesse sido mergulhada em uma substância misteriosa e saiu totalmente errada. Tipo aquele maldito filme O Cemitério, mas com strippers.

"O que é isso?" Eu ouço as palavras saindo da minha boca.

O Encantado olha para a esquerda como se tivesse esquecido que estava ao lado daquela criatura.

Ela me olha como se quisesse me comer vivo ou me cortar em pedacinhos e jogar os meus restos em um saco de lixo, para depois me desovar no rio mais próximo.

Não tenho certeza, mas acho isso sexy e alarmante ao mesmo tempo.

Ela olha para o Encantado, e noto que seu batom rosa brilhante está manchado no canto direito da boca. "OOHHHH, ele é um tiozão! Que delícia!! Eu quero brincar com ele, Encantadinhooooo!"

Encantado balança a cabeça, olhando para ela. "Dolly, você já foi informada pelo RH sobre as regras pra trabalhar com personagens masculinos."

Ela franze a testa. "Ohhh," ela sussurra, e então olha para ele, toda inocente. "Não posso brincar com ele?"

"Não", diz Encantado severamente. "Olha pra mim," ele ordena, e a estranha criatura obedece. "Você vai conseguir se comportar?"

"Sim!!" Ela bate palmas e olha para mim. "Eu e o meu patrão vamos GANHAR!"

Encantado olha para mim. "Essa é a sua agente metamorfa, ela se chama Dolly. Não se assuste com a impulsividade e a aparência dela. A Dolly é muito boa no que faz e já ganhou muitas missões pra nós."

"Ela é a minha agente metamorfa?" Eu pergunto, me sentindo confuso e um pouco alarmado.

"Ela vai ser a sua guia pelos próximos três meses, Jensen. Ela funciona como um computador ambulante e vai ser a sua principal fonte de comunicação comigo aqui na sede da Fada Madrinha."

O Encantado me olha e caminha até mim. "Vocês dois vão se dar muito bem. Meu sexto sentido tá me dizendo."

"Merda," eu digo, e olho para a pequena criatura que parece a Harley Quinn, e consigo ver a loucura em seu olhar. Estranhamente, isso não é totalmente desanimador, talvez porque eu sei que sou parecido com ela nessa parte da loucura.

"Ok, eu tenho uma alienígena como parceira." Eu olho de volta para o Encantado. "E agora?"

"Encantadinho, explica pro tiozão," ela sussurra, e olha para mim com olhos selvagens.

"Você é da linhagem ancestral dos dragões, assim como o Claus e alguns outros homens que estão sob o seu comando na Baía de Boaba.

Por isso, vocês são os donos legítimos do medalhão do Coração de Dragão e vão poder recuperar a habilidade da metamorfose."

"Metamorfose?!" Eu rio. "Você quer dizer que eu vou me tornar a porra de um dragão?"

Insano.

"Sim, o espírito do dragão vive dentro de você — então, tecnicamente, ele também é considerado você." Encantado dá de ombros.

"É esquisito mesmo... E difícil de explicar. Você vai entender quando chegar a hora, Jensen."

Você vai ficar tão enorme, tiozão dragão!" A voz sensual e assustadora da Dolly me faz olhar para ela, e depois eu foco no Encantado.

"É um pouco perturbador ouvir essa doida me chamar de tiozão", admito para o Encantado.

Ele acena com a cabeça e olha para ela, e depois se vira para mim com uma expressão de dor. "Ela tem boas intenções. Você vai se acostumar - ou aprender a ignorá-la.

Tentamos fazer terapia de eletrochoque nela, e nada parece mudar o nível de... esquisitice dessa menina. Apenas saiba que ela é boa no trabalho." Ele dá um tapinha nas minhas costas. "Vale a pena fazer esse sacrifício. Certo?"

"Certo", eu respondo.

Essa merda está ficando cada vez mais louca.

"Vou deixar vocês dois conversarem para decidirem as três características que vamos mudar em você. Podem ser características físicas ou habilidades - a escolha é sua."

"Três?" Eu pergunto com admiração, e o vejo caminhar até a porta, me deixando com tantas perguntas. O Encantado acena com a cabeça e nos deixa sozinhos, claramente gostando muito da situação.

Eu me viro para a Dolly e solto um suspiro. "Tudo bem, Dolly, o que diabos eu tenho que fazer?"

"Você é tããão lindo, tiozão!" ela diz animadamente, girando em círculo com os seus patins, puxando o seu decote mais para baixo. "Não tem necessidade de mudar nada físico, hmmmmm.~"

"Você pode não me chamar de tiozão?" Eu pergunto, odiando o quão estranho isso soa na boca dela. Ela está arruinando essa coisa de ser um coroa gato - e eu adorava quando as mulheres me viam assim.

"Ok, tiozão", ela concorda, rindo, com os olhos parecendo vazios, como se ela não entendesse as minhas preocupações.

Fecho os olhos por alguns segundos. "Quais características?" Eu olho para ela. "Tipo, habilidade com espadas ou alguma merda desse tipo?"

"Perfeito!" ela concorda. "Também diria pra saber ler as pessoas pra encontrar a nossa alvo travessa, aquela menininha má."

Eu franzo a testa para ela. "Eu já sei fazer isso - próximo."

"Ohhh, tudo bem." Ela tira um pirulito do decote e aponta para mim. "Você tem que saber comandar um navio pirata, patrão. Tipo, ser um pirata durão e tal!"

Isso foi realmente inteligente, por incrível que pareça. "Ok, boa ideia."

"O que podemos dizer do tamanho do seu pinto?" ela pergunta, um pouco sem fôlego.

Eu rio, pedindo ajuda divina. "Puta merda, você é uma criaturinha sem noção. Eu não tenho problemas nessa questão. Próximo."

"Posso checar?"

"Não."

Ela revira os olhos. "Bosta. Hmmm." Ela pensa, chupando ruidosamente o seu pirulito, fazendo-me estremecer. "Você sabe andar a cavalo?"

"Sim", eu digo, lembrando de todos os verões praticando cavalgada inglesa com a família podre de rica da Bruna - eles sempre compravam os puros-sangues mais valiosos por meio de chantagens e ameaças.

"Você é talentoso, tiozão," ela fala. "Que tal saber as línguas e os símbolos antigos?"

Eu franzo a testa.

"Vai ser útil pra ler os mapas do tesouro!"

Eu levanto uma sobrancelha. "Nada mal, Dolly."

Ela sorri, rindo. "Ela vai ofegar como um gatinho quando te vir! Você é tão..."

"Eu não estou aqui por ela," eu digo, irritado por ela pensar que estou competindo pelo alvo. Estou simplesmente de férias.

Ela começa a rir muito quando o Encantado entra, arregaçando as mangas brancas de sua camisa social. Seu olhar azul brilha na minha direção, e eu noto a emoção.

"Jensen, esse ainda vai ser o seu nome. Sempre tentamos usar os nomes naturais quando é permitido, a menos que uma vida anterior esteja sendo sequestrada."

Eu odeio o meu nome. "Eu preferia mudar de nome," eu resmungo.

"Jensen, qualquer memória ruim que você tenha sobre o seu nome, nesse mundo, não significa nada. Você vai ser um novo homem."

Encantado pisca para mim e então ativa uma estranha máquina no meio da sala acenando com as mãos, o que me deixa tenso. "Temos que nos apressar."

Eu mordo a minha língua.

Veremos.

Encantado olha para a Dolly. "Você já decidiu as três mudanças?"

"Siiiiiiim," Dolly sussurra. "Encantadinhoooo... o tiozão acha que não tá jogando pra conquistar o coração do alvo."

Ambos se olham e riem como se eu fosse um merdinha idiota.

"Eu estou bem aqui," eu digo, irritado por eles pensarem que eu sou um cara ingênuo. "E eu não estou jogando pra conquistar ninguém."

"Jensen, entra na cápsula, rápido. A Zora sempre fica insuportável quando estamos atrasados," o Encantado me dá um olhar de desculpas.

"Eu sei que você não tá mirando no alvo. Estamos rindo só porque toda vez que um agente diz isso, ele acaba ganhando a missão." Ele dá de ombros.

Reviro os olhos e expiro.

Certo. A cápsula.

Eu demoro um momento, então entro na cápsula esquisita pois já é muito tarde para voltar atrás.

O Encantado me pergunta as três mudanças e eu digo a ele, e quando uma luz branca pisca, meu corpo parece que está pegando fogo. Fico nervoso pela primeira vez, pensando que eu posso ter cometido um erro grave.

Eu tropeço para fora da grande cápsula alienígena com um rastro de fumaça atrás de mim e tento recuperar o fôlego.

"O que..."

"Encantadinhoooooo!" Eu ouço a Dolly gritar. "Ele tá lindoooooo!"

Eu olho para cima com uma carranca, não gostando de ser chamado assim, tentando recuperar o fôlego. "Dolly, eu gosto mais quando você me chama de tiozão do que de lindo," murmuro, ficando de pé.

Espera aí.

Eu olho para os meus braços e corpo, sentindo como se tivesse ganhado dez quilos de puro músculo.

"Nós fazemos menos aerografia nos nossos agentes masculinos, mas mesmo assim você recebeu uma pequena dose dessa tecnologia fantástica." Encantado aponta para um longo espelho à minha esquerda que eu não me lembro de ter visto antes.

"PUTA MERDA," eu suspiro, olhando para o meu corpo perfeito.

O Encantado dá um tapinha nas minhas nas costas. "Você tá em ótima forma por ser um descendente dos dragões. É um corpo raro, por causa do seu direito de sangue."

"Droga," eu respiro, flexionando os braços, sentindo tanto poder. Sempre fui malhado, mas agora pareço um super-herói. "Acho que estou começando a gostar muito disso - muito."

Dolly ronrona perto de mim. "Estamos tãããão na frente nesse jogo! Estou tããão animada!"

"Dolly, não estou aqui pra vencer, só pra ajudar," eu digo, olhando para ela no espelho.

Eu só quero fugir um pouco da realidade.

Ela pisca. "Ok, patrão, mas você ainda não viu o alvo. Nossas mulheres Alfa são intensas. Ela poderia fazer você implorar por um pouquinho de buce..."

"Dolly," Encantado interrompe. "Eu não gosto que você use esse tipo de palavreado."

"Sim", eu concordo, com uma carranca. "Nem eu."

Alienígena perturbadora demais.

"Capitão Jensen BlackHeart, agora é hora de você girar pra que eu possa te colocar na roupa certa pro seu papel." Encantado faz movimentos com as mãos para que eu gire. "Rápido, por favor."

"Girar? Como a porra da Cinderela?" Eu rio e me sinto idiota. "Sério?"

"Sim." Encantado sorri. "As partículas magnéticas que criamos e importamos a partir de ondas sônicas precisam de movimento pra se anexar e formar matéria sólida."

Ele sorri para mim. "Então, gira peão."

Nós olhamos um para o outro.

Eu levanto uma sobrancelha. "Tudo bem, então," eu digo, e começo a me virar, não querendo discutir. Fico tenso quando vejo outro flash branco, e todo o meu corpo formiga.

"Merda!" Eu respiro fundo enquanto me olho no espelho. "Puta que..." Eu paro e olho para mim mesmo, tocando o tapa-olho que cobre o meu olho esquerdo.

"Você tem um olho prateado, o que revela a sua linhagem de dragão. Seria sensato manter isso em segredo, porque ninguém sabe se a linhagem ainda existe mesmo.

Se essa informação vazar, você pode se tornar um alvo, o que vai deixar a sua vida mais perigosa."

"Entendi", eu sussurro, com admiração.

Tudo se tornou tão real.

Tipo, porra, real oficial.

Estou todo vestido de preto, parecendo um pirata temível – extremamente intimidador. Puta merda, se eu me visse na rua, eu correria para o outro lado.

Eu sou musculoso e bastante assustador considerando a minha altura e roupas.

Uso joias de caveira e tenho muitas tatuagens misteriosas, e o couro preto das minhas roupas parece autêntico.

A camisa preta esvoaçante sob o colete de couro está aberta no pescoço e no peito, me dando um certo nível de sex appeal sombrio.

Eu olho para as minhas calças pretas justas, que não escondem o meu pau, e reviro os olhos.

Nunca tive problemas para levar as mulheres para a cama - nunca. Na verdade, chegou a um ponto em que todas as mulheres se jogavam em cima de mim, sem nem tentar esconder o desejo.

Depois de um tempo, esse lance ficou chato, porque se tem uma coisa que eu acho irresistível em uma mulher é ter que conquistá-la.

Eu quero caçá-la e seguir o rastro de sangue da minha presa.

Gosto de ter trabalho para conseguir uma mulher.

Não sou violento na cama e nunca abusaria de uma mulher, mas gosto de sentir certa resistência e brutalidade. Isso é uma fantasia minha, mas essa merda nunca acontece na vida real.

Se eu mandar as mulheres pularem do penhasco, elas simplesmente vão, sem pensar duas vezes.

Mas como seria uma mulher desse mundo diferente? Sim, estou ficando animado.

"Então, esse visual é pra seduzir o alvo?" Eu digo, zombeteiramente. "As meninas gostam dessas merdas? A coisa do pirata bad boy?"

Aposto que sim.

Encantado está ao meu lado. "Se você tiver sorte, sim. Você tem três meses, não é muito tempo. E lembra, os outros homens realmente querem ~conquistar o alvo.

Essa missão é difícil e vai te fazer questionar tudo o que você sabe sobre si mesmo."

Eu rio, pensando que esse mundo estranho pode não saber como lidar com o meu nível de loucura. "Transar com garotas gostosas é quebrar as regras? Um amigo pediu pra eu perguntar."

Ouço a Dolly soltar algumas risadas.

Encantado olha pensativo para mim. "Contanto que você se lembre da missão... mantenha o foco. Eu preciso saber quem é a traidora, Jensen. Descobre pra mim. Depois, você pode se divertir."

"Eu primeiro encontro a traidora e depois eu pego as mulheres? Sem compromisso?"

"Sim." Encantado sorri para mim, e ele me lembra uma maldita raposa. "Encontra a traidora, Jensen."

"Que fácil."

"Preparado?"

Meu coração dispara. "Agora?"

Encantado toca na sua orelha. "Prontos. April... April, para de falar tão rápido. Estamos prontos pra extração em 5."

5... minutos?

PORRA.

Eu respiro fundo.

"5," Encantado diz enquanto ainda segura em seu fone de ouvido, apontando para mim. "Prepare-se, Capitão BlackHeart. Em... 3! 2! 1!"

Um…

Eu tento falar, mas não consigo.

Tudo fica preto.

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