Recomeço - Capa do livro

Recomeço

Haley Ladawn

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Chapter
15
Age Rating
18+

Summary

It’s been two years since Lily lost her boyfriend in a random shooting. When a prestigious university extends her a job offer, she has the chance to put her demons to rest and start anew—at least until she meets the school’s irresistible president. Can Lily trust a new man with her love, or will his dark secrets only lead to more heartbreak?

Age Rating: 18+

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A Cova do Leão

LILY

"Estou morto, Lily. Você tem que me deixar ir."

Eu estava olhando para Connor, meu melhor amigo, meu músico favorito, o amor da minha vida, enquanto dois homens apontavam uma arma para sua cabeça.

Tentei distinguir seus rostos, mas eles estavam encobertos no escuro. Estavam vestidos como mafiosos, apenas seus longos casacos e óculos de sol pretos brilhantes se destacavam no escuro.

Tentei alcançá-lo... dizer-lhe que o amava... dizer-lhe que nunca o deixaria ir.

Mas era tarde demais.

Um momento depois, ouvi um clique e o rugido de tiros enquanto Connor caia na minha frente. Morto.

Eles o mataram.

De novo.

"Toda noite você vai ver isso," um dos mafiosos rosnou em seu baixo sotaque italiano, tirando os óculos escuros. "Toda noite você reviverá este momento. Até matarmos você em seguida."

Ele se virou e apontou sua arma para mim.

Por um momento, tive certeza de que podia ver o rosto do meu agressor.

Seu maxilar áspero... seus olhos azuis como o mar... seu olhar ardente... como eu poderia estar atraída pelo homem que matou meu namorado, e que estava prestes a me matar em seguida?

"Bons sonhos, Fiorella ~", ele sussurrou.~

Seu dedo se curvou ao redor do gatilho, o último barulho que ouvi foi um BANG alto e–

***

Eu gritei. Acordada novamente pela mesma lembrança—a pior noite da minha vida; a noite em que perdi tudo.

Meus lençóis estavam encharcados de suor. Quantas vezes eu tive esse pesadelo nos dois últimos anos desde que Connor foi morto?

Tantas que não consigo contar.

Abracei meus joelhos nus em meu peito e me balancei para frente, enxugando as lágrimas com meu antebraço.

Claro, não foi assim que aconteceu na vida real. Estávamos no palco em um bar local, Connor estava tocando guitarra, e eu cantando, quando as luzes se apagaram e eu ouvi o tiroteio.

Não sei porque sempre imaginei esses dois mafiosos falando comigo, me ameaçando, mas acho que era simplesmente como minha mente dava sentido ao que não tinha.

Quando alguém que você ama é tirado de você, é como se seu mundo acabasse.

A parte mais difícil era não saber quem realmente atirou em Connor ou porquê. Por que alguém iria querer machucar alguém tão puro e bom?

Tudo em que eu conseguia pensar era naqueles homens sombrios com seus casacos e seus olhares sem emoção. Os que pareciam mafiosos.

Por que eles iriam querer matar Connor, eu não fazia ideia.

Mas de alguma forma, eu não conseguia afastar a sensação de que eles eram responsáveis.

Não que isso importasse agora. Eu verifiquei a hora na tela do meu telefone: 00h03.

Olhei ao redor do meu quarto bagunçado, para as roupas jogadas por toda parte, pratos velhos de comida, taças de vinho manchadas de batom—um verdadeiro chiqueiro.

Era tudo o que eu podia fazer naqueles dias para me levantar da cama.

Mas mesmo quando alguém que você ama morre, a vida continua, e você tem que continuar.

Eu balancei minhas pernas para o lado da cama e fiz meu caminho até a porta do quarto, meus joelhos e tornozelos estalando conforme minhas pernas começaram a acordar.

Cheguei às escadas e desci até a cozinha, esperando que de alguma forma ela tivesse sido limpa enquanto eu dormia, e eu não a encontraria no mesmo estado que meu quarto.

Eu estava errada. Se era possível, estava até pior. O cheiro definitivamente estava pior.

Cheirava como uma torta de morango queimada, e havia uma boa chance de ser exatamente isso.

Elisa, minha melhor amiga e meia-irmã de Connor, prometeu que viria em breve para me ajudar na limpeza.

Elisa Rhodes era a melhor amiga que qualquer garota poderia desejar. Louca, fiel e dedicada. Dessas para a vida toda.

Com seu cabelo loiro ondulado, seus olhos grandes e seus lábios carnudos em um tom de vinho, ela era o ideal de sexy da maioria dos homens. Mas para azar da maioria dos homens, Elisa tinha namorado.

Por enquanto.

Ela nunca foi muito boa em mantê-los por muito tempo.

Após a morte de Connor, nos tornamos extremamente próximas. Nós sabíamos o que a outra estava passando.

Embora, alguns dias, como hoje, era difícil lembrar disso.

Ainda vestindo nada além de um pijama da Hello Kitty que eu deveria ter jogado fora anos atrás, enchi um copo de água da torneira, a pia abaixo transbordando com pratos sujos.

Tomei um gole, na esperança de esvaziar minha cabeça.

"Bom dia querida!" minha mãe chamou, passando por mim para a sala de estar em seu roupão laranja brilhante. "Alguma chance de lavar um pouco dessa louça hoje?"

"Sim, desculpe, mãe, vou fazer isso esta tarde com certeza."

Foi nesse momento, enquanto eu amaldiçoava minha sorte, que uma carta caiu na caixa de correio.

Enquanto me dirigia para pegá-la, reconheci o emblema no envelope:

Faculdade Santoro Court! Uma renomada faculdade particular de elite e a instituição dos sonhos de todas as garotas.

Mas por que eles estavam enviando cartas para mim?

"Mãe…?" Comecei, seguindo-a até a sala de estar com a carta em minhas mãos.

"Sim, querida?"

"Recebi uma carta..."

"Isso é um pouco incomum hoje em dia, não é?" minha mãe brincou.

"É da Faculdade Santoro Court ", eu respondi, ainda atordoada, meus olhos imóveis no emblema no envelope.

"Santoro, sério?" minha mãe respondeu, sua resposta aguda imitando minha própria surpresa. "Você não me disse que tinha se inscrito lá!"

"Porque não me inscrevi," eu murmurei, confusa enquanto abria a carta e lia rapidamente. "Isso é estranho. Não se trata de matrícula. É uma entrevista para um estágio lá."

"Um estágio?" minha mãe perguntou, ainda mais surpresa. "Eu não sabia que você estava procurando emprego."

"Eu te disse, eu não estou! Eu não estava! Eu…"

Eu não sabia o que diabos estava acontecendo. Desde o tiroteio, eu fiquei sozinha na maior parte do tempo, na segurança da minha casa, fazendo trabalho remoto e alguns serviços digitais.

A ideia de que eu teria que me aventurar no mundo real... era assustadora. Mas também emocionante.

Por que a Faculdade Santoro Court me ofereceu uma entrevista para um estágio ao qual eu nem havia me candidatado? Eu precisava descobrir.

LILYElisa, adivinha
ELISAo que?
ELISAvamos lá! desembucha.
LILYTenho uma entrevista para um estágio na Faculdade Santoro Court!
ELISA😲
ELISAMDS Lil que incrível, aquele lugar tem uma reputação incrível.
ELISApor que não me disse que tinha se candidatado????
LILYEu não me candidatei! Essa é a parte estranha
ELISA
ELISAassustador!
ELISAquando é?
LILYAmanhã às 14h
ELISAAinda bem que estou livre 💁🏼
ELISAEu vou ai e me certifico de que seu cabelo não está todo bagunçado como de costume
ELISAPS. use o sutiã vermelho que compramos semana passada, não pode prejudicar suas chances 😉

"Oi, estou aqui para a entrevista. A das duas horas." Minha voz tremeu um pouco enquanto eu falava com a recepcionista, já me sentindo uma impostora antes mesmo da entrevista começar.

Será que eles achavam que eu era outra pessoa?

Por que eu, Lily James, fui convidada para uma entrevista para um estágio em uma das faculdades mais prestigiadas dos Estados Unidos sem nem ter me candidatado?

E o prédio! Com seus acessórios de madeira escura, pinturas renascentistas e estátuas arrogantes, foi sem dúvida um dos lugares mais luxuosos em que já tive o prazer de estar.

Alisei minha saia nervosamente, me perguntando quando foi a última vez que a lavei.

"Excelente! Você chegou bem na hora. O elevador fica ali no canto, o escritório do Sr. Santoro fica no décimo primeiro andar—você não tem como se perder!"

A linda recepcionista sorriu com seu sorriso perfeito, e eu segui meu caminho em direção às portas do elevador.

Sr. Santoro… ~Então, esse era o nome do homem que estava prestes a me entrevistar.~

Mas por que eu? Eu ainda não sabia.

Entrei e apertei o número onze. Último andar.

As portas se fecharam, selando meu destino.

Soltei um suspiro nervoso e me olhei no espelho.

Para dar os devidos créditos, Elisa tinha feito um trabalho brilhante. Meu cabelo estava incrível, amarrado em um coque sério, e meu decote…

Bem, desde que o Sr. Santoro fosse hétero, eu tinha uma boa chance.

Um ding agudo anunciou que o elevador havia chegado ao seu destino.

Respirei fundo uma última vez e saí, tentando ao máximo para não tropeçar no meu salto alto.

Eu deveria ter deixado para lá e usado sapatilhas.

Alguns centímetros a mais de altura não me dariam o emprego!

A recepcionista estava certa—não tinha como perder o escritório do Sr. Santoro. Estávamos no beiral no topo da faculdade, e havia apenas uma porta no décimo primeiro andar.

Uma placa dourada na porta dizia:

Elliot Santoro, Presidente.

Bati na porta, o som dos meus dedos ecoando pelo corredor vazio.

Nada. Nenhuma resposta, apenas silêncio.

Eu estava prestes a verificar se tinha saído no andar certo, quando veio uma resposta:

"Você vai apenas esperar ai fora?" A voz do homem reverberou pela porta fechada com a força de um leão.

Que tipo de homem poderia fazer tanto barulho?

Eu não conseguia afastar a sensação de que vir aqui tinha sido um grande erro.

Mesmo assim, me endireitei e entrei na cova do leão.

Quando vi o homem que estava diante de mim, meu queixo caiu no chão.

Ele era uma pilha crescente de músculos, tatuagens e masculinidade. Dois metros de altura, facilmente. Seu cabelo preto como café e seus olhos azul escuro.

Olhos que me lembravam muito do meu pesadelo...

Como se o homem diante de mim fosse o responsável por matar Connor, por assombrar meus sonhos, por fazer meu coração se partir em um milhão de pedaços...

E, estranhamente, por me deixar excitada ao mesmo tempo...

Era este ~homem.~

Mas isso não poderia ser possível, poderia?

O homem que estava diante de mim parecia mais um chefe da máfia do que um presidente de faculdade!

Ele claramente acabou de terminar um treino. O suor manchava seu agasalho cinza da Adidas, e seus músculos estavam inchados. Era difícil não ficar intimidada por sua forma.

"Olá, Sr. Santoro, eu sou Lily." Eu mal conseguia pronunciar as palavras.

Eu ainda estava em choque com a incrível beleza do deus grego que estava diante de mim.

"Eu não vou lembrar seu nome," ele respondeu, com um forte sotaque italiano e um aceno de desdém. "O que você faz aqui?"

Eu deveria ter me ofendido. Eu deveria ter me virado e saído pela porta sem olhar para trás. Mas eu estava congelada no lugar.

O homem me possuía com os olhos, verificando cada centímetro de mim, da cabeça aos pés.

Seus olhos azuis permaneceram em meus seios pelo que pareceu uma eternidade.

Elisa estava certa sobre o sutiã.

Normalmente, teria me emocionado se um homem como ele, com sua mandíbula marcada e corpo largo e arqueado, olhasse para mim por tanto tempo.

Mas com este homem?

Com este homem, era impossível se sentir confortável. Seus olhos queimavam nos meus com a intensidade de um incêndio.

"Estou aqui para a entrevista", eu disse a ele tolamente.

Seus lábios se esticaram em um sorriso.

"Ótimo", disse ele, erguendo a sobrancelha, parecendo perigoso, mas também sexy para caralho. "Vamos começar."

E com isso, Elliot Santoro se levantou, tirou a camisa e começou a caminhar em minha direção.

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