A Última Esperança - Capa do livro

A Última Esperança

Karrie

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Chapter
15
Age Rating
18+

Summary

Lake Mavris has endured a rough few years. Rejected, cursed, and betrayed; she has been forced out of her home. Having the blood of both vampire and werewolf never struck up a point of concern until now... Her mate goes missing and Lake finds herself on the toughest road yet. This journey is one not to be taken lightly. And little does she know, the answer lies within her blood.

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93 Chapters

Chapter 1

Prólogo

Chapter 3

Provocação

Chapter 4

Lar
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Prólogo

LAKE

Eu fico olhando para o espelho e não consigo reconhecer essa garota que me encara de volta.

Os olhos de esmeralda, uma vez brilhantes, estão opacos, vazios, sem vida. A saliva está seca em sua bochecha esquerda e seu nariz está vermelho de tanto choro.

O vestido de noite está rasgado em pedaços, enquanto hematomas se formam ao longo de seu estômago e caixa torácica. Seu cabelo está emaranhado e oleoso devido à falta de banho.

Uma onda de dor me invade e eu grito de agonia. Meus ossos e músculos doem quando meu corpo bate no chão. Lágrimas inundam meus olhos enquanto um par de braços me envolve suavemente.

Meus dedos dobram com tanta força que posso senti-los estourar. Eu me enrolo no meu irmão gêmeo, Landon, em posição fetal e choro. Meu corpo se contrai de dor.

"Ele vai matá-la!" Ouço os gritos abafados da minha mãe. "Meu bebê..."

Landon me segura com mais força e enterro meu rosto em seu pescoço. Minhas garras e meus caninos querendo sair.

"Não a deixe ir, Landon", meu pai ordena. "Lynne está lutando com ela."

Lynne, minha loba, está desesperadamente querendo sair e despedaçar aquela que o tirou de nós.

Meu peito estala quando outra onda de dor me atravessa. Eu me agarro à camiseta do Landon e mordo meu lábio inferior até sangrar.

Meus olhos estão fechados com força e meu rosto está tenso. Posso sentir tudo o que eles estão fazendo agora.

E, como tantas noites antes desta, a dor desaparece tão rapidamente quanto apareceu.

Lynne lentamente volta à realidade e foge para o fundo da minha mente. Ela se recusa a deixar que eu suporte sua dor também.

"Está tudo bem..." Landon tira meu cabelo do rosto. Eu me seguro a ele com um nó na garganta.

"Por que ele fez isso comigo?", pergunto, minha voz falhando. Meu rosto está vazio de emoção enquanto encaro o azulejo do banheiro ligeiramente manchado com o sangue das minhas feridas.

"Você tem que parar com isso..." Minha mãe implora ao meu pai: "Não deveria ser assim."

Solto Landon e caio mole em seus braços. Ele suporta meu peso de bom grado e aperta meu ombro, me consolando.

"Não importa como isso deveria ser", meu irmão rosna. "Lake precisa de nós agora. Isso é tudo o que importa."

Depois de uma certa insistência, finalmente deixei Landon me levantar e me ajudar a voltar para o meu quarto. Meus pais ficaram lá para limpar a bagunça.

"Lake..." Landon suspira ao ver minha barriga. Os hematomas estão mais proeminentes esta noite. Muitos são azuis e roxos, enquanto outros, de hoje cedo, são de uma tonalidade amarela.

Meu gêmeo tira minha camisola e me veste com sua própria camisa. É larga o suficiente para não irritar os cortes adicionais causados ​​pelas minhas unhas.

"Por favor... não me deixe sozinha...", sussurro, enquanto Landon puxa o cobertor sobre mim. Ele não diz nada e se senta no chão ao meu lado.

Eu me viro e adormeço com Landon cantarolando baixinho.

1: Quando basta, basta mesmo?

São 3 da manhã. Meus olhos estão muito secos para liberar mais lágrimas.

Toda vez que começo a cair no sono, vejo a expressão de nojo em seu rosto e ouço o desgosto na sua voz naquela noite. Meu cérebro fica imaginando o que poderia ter sido e o que deveria ter acontecido quando nos conhecemos.

Eu já teria acasalado e sido marcada a essa altura. O atual alfa e sua luna dariam as boas-vindas à minha família e a mim na casa da matilha. Lá, meu parceiro e eu começaríamos nossas vidas juntos, nos formaríamos e seríamos nomeados os novos alfa e luna. E o mais importante: eu ficaria feliz e segura na cama dele.

Solto um gemido com a dor latejante das minhas costelas. Novos sintomas da rejeição são uma ansiedade constante e ataques de ansiedade. A hiperventilação fez com que minhas costelas quase se quebrassem com a pressão de Lynne.

Quando os temos, não é apenas o corpo humano que os possui, é também o corpo do lobo. Lynne tem tentado se transformar para que fosse mais fácil para nós duas nesse momento, mas eu continuo me recusando. O resultado são quase três costelas quebradas.

Eu ainda sinto o cheiro dele no ar, mesmo que ele não esteja por perto. É um perfume de floresta e chuva fresca.

A Deusa da Lua e suas Moiras contaram mais algumas coisas para a minha mãe. Mas eu me pergunto por quanto tempo mais vou conseguir segurar essa dor.

Quase caio no sono no caminho para a escola. Meu parceiro se divertindo novamente na noite passada foi como uma lâmina rasgando a minha pele. Parecia que minha garganta ia se fechar. Era muito pior do que de costume.

Eu também tive que usar alguma maquiagem essa manhã de novo. Minhas olheiras estão me deixando com a cara de um guaxinim com raiva.

"Você sabe", Landon estacionou o carro em seu lugar habitual. "Eu ainda poderia dar uma surra nele." Dou uma risada leve. Minha dor é evidente.

"Landon", eu suspiro. "Eu só quero passar pelo processo. Ele pode fazer o que quiser e eu farei o mesmo quando finalmente conseguir meu sono de beleza por duas noites seguidas."

Meu irmão revira os olhos, mas ri da minha tentativa de piada. Isso libera o nó que vinha se formando no meu peito nas últimas horas.

"Lake!" Riley corre até mim e me abraça. Eu sorrio e dou risada do rosto chocado do meu irmão.

Riley percebe. "Que foi? Ela é minha melhor amiga."

"Eu nunca tenho essa recepção!" O rosto de Landon fica amargo quando ele começa a fazer beicinho. Reviro meus olhos para os pombinhos enquanto Riley dá um grande beijo na bochecha dele e aconchega o rosto em seu pescoço. O sorriso de Landon não tem preço, mas não posso deixar de sentir o pavor e a ansiedade que sei que virão hoje.

Lynne está ficando inquieta enquanto Landon e eu caminhamos para a aula de química. Tento acalmá-la enquanto viramos no corredor, mas assim que fazemos isso, me arrependo.

Meus olhos se arregalam quando vejo meu parceiro com sua nova garota. Seus lábios estão curvados em um sorriso enquanto ela envolve seus braços em volta da cintura dele. Eles estão se olhando nos olhos com adoração.

Posso sentir o peso esmagador da raiva de Lynne e da minha tristeza. Meu corpo começa a doer enquanto eles parecem se beijar profundamente em câmera lenta. Meu corpo fica frio e rígido quando Landon percebe isso também.

"Lake..." Landon tenta agarrar minha mão, mas eu a arranco. Meus olhos ainda estão grudados no casal na minha frente. "Você precisa me deixar ajudá-la. Tem muita gente aqui. Deixa eu te levar para casa e lá você pode ir correr um pouco."

De repente, a raiva da minha loba obscurece minha tristeza. O sorriso do meu parceiro desaparece quando fazemos contato visual. Minhas mãos estão começando a rasgar as alças da minha mochila enquanto a garota em seus braços também olha na minha direção.

"Ah, olha, a rejeitadinha." A menina sorriu.

Meu irmão rosnou: "Delilah, cuidado." Lynne está começando a ultrapassar minhas barreiras. Ela não quer nada mais do que destruir Delilah e arruinar todas as memórias que nosso parceiro tem dela.

"O quê?" Delilah ri e beija a bochecha do meu parceiro. Eu e ele fazemos um contato visual frio como gelo. Algo brilha dentro daqueles olhos verdes dele que faz meu estômago revirar. "Acho que todos estão se perguntando a mesma coisa. Por que ela não se tornou uma renegada e virou as costas para todo mundo aqui?"

"Porque ela..." Antes que meu irmão pudesse terminar a frase, deixei cair minha mochila e corri na direção oposta desta situação. As pessoas saem do caminho ou eu as faço sair. Eu me dou conta que estou prestes a perder toda a minha noção de humanidade se eu continuar aqui por mais tempo.

Saio pela entrada da escola e corro em direção à floresta. Meus caninos aumentam e minhas garras surgem. Não estou na minha verdadeira forma de lobo, mas o suficiente para dar uma boa corrida e derrubar uma ou duas árvores.

É noite de Lua cheia. Meu corpo está tremendo por causa da luta que tive com Lynne para assumir o controle. Demorei uma eternidade para voltar ao nosso território. E mais duas horas para reunir coragem para enfrentar minha família. Eu sei que eles estão muito preocupados comigo.

Estou a cerca de dez quilômetros de casa. Eu precisava de espaço e ar fresco. Todas as partes do território carregam o perfume dele. Como seu lobo é o próximo alfa, ele precisa fazer uma verificação de rotina das fronteiras que cercam o território da minha matilha, a Dark Moon.

Mesmo a quase dez quilômetros de distância, posso sentir o cheiro delicioso do meu parceiro. Imagens de Delilah com as mãos pegajosas na cintura dele essa manhã passam pela minha mente. Uma dor se manifesta no meu peito mais uma vez.

Agarro minha camisa com força e olho para a Lua. A linda Lua que amei por dezoito anos da minha vida.

Eu sempre saía durante a noite apenas para observar a Lua. Minha mãe me repreendia por adormecer do lado de fora e me castigava por um ou dois dias. Quando eu me transformei pela primeira vez, foi só o que fiz. Eu dormia ao ar livre na grama ou embaixo da copa das árvores, onde tem um ninho feito por Lynne para nos manter aquecidas no inverno.

Minha mãe parou de brigar comigo depois que Lynne apareceu na minha vida. Principalmente porque eu faria aquilo de qualquer maneira, então ela desistiu.

Suspiro e olho para o chão. Só consigo pensar nessa dor. A dor de perder aquele para quem eu estava destinada e que também estava destinado para mim.

As lágrimas finalmente caem. Eu não consigo mais segurá-las. Desde as últimas semanas, tudo se acumulou a ponto de me fazer quase demolir um vale inteiro de árvores.

"Eu sei que você disse que isso iria passar...", sussurro e olho para a Lua novamente. A casa da nossa Deusa e de suas Moiras. "Mas... quando você vai deixar isso acontecer?!" Minhas palavras saem misturadas com a dor e a raiva.

Seguro o lado esquerdo do meu pescoço. Está queimando desde o pôr do sol.

A queimação aumenta, começo a gritar e caio de joelhos. Minha pele está fervendo. Parece que estou sendo marcada com um ferro quente.

A dor de Lynne inunda meus sentidos. Raiva, dor, tristeza e pura impotência invadem minha cabeça ao mesmo tempo. Meu corpo dói e minhas articulações enrijecem.

O vínculo com meu parceiro está me punindo. O presente da Deusa da Lua está me punindo. A sina das Moiras está me punindo. Minha própria loba está me punindo.

Quando acho que não vou mais aguentar, meu corpo desaba. Começo a hiperventilar, mas meus olhos querem se fechar.

Quando não consigo mais mantê-los abertos, uma figura escura bloqueia o luar.

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