A Rainha Guerreira - Capa do livro

A Rainha Guerreira

Danni D

3: O Anjo Caído

ALEX

Enquanto observo a loba de aparência selvagem na minha frente, deitada inconsciente no chão, não posso deixar de me perguntar se ela escapou do incêndio... ou se ela o causou.

Há uma característica feroz sobre ela, mas ela definitivamente não é uma selvagem. Então, o que diabos ela está fazendo neste lugar, sozinha?

Me curvo e examino seu corpo, procurando por qualquer sinal de uma matilha.

Quando levemente toco seu braço, de repente uma mão envolve minha garganta. A garota está acordada.

Seus corajosos olhos amarelos me olham com medo, e eles são muito bonitos, apesar do fato de que ela está tentando me estrangular.

“Eu... não vou... te... machucar,” digo com a voz rouca, forçando cada palavra.

Ela solta minha garganta e rasteja para longe, parando na base de uma árvore e se inclinando contra ela para se equilibrar. Ela é surpreendentemente forte.

Há um ferimento de bala na perna e, embora ela esteja coberta de sangue, o ferimento estranhamente não está sangrando.

"Quem... quem é você?" Ela pergunta, retendo suas garras, pronta para atacar se eu chegar muito perto.

“Meu nome é Alex,” eu digo, levantando minhas mãos. "O que aconteceu aqui? Quem atirou em você?"

De repente, farejo mais alguns cheiros, mas esses não são lobos... são humanos. E eles estão mortos.

Minhas perguntas tranquilas rapidamente se tornam um interrogatório.

“Você causou aquele incêndio? E assassinou aqueles humanos?" Eu pergunto em um tom acusatório. “É contra nossas leis matar humanos. Você é uma selvagem?"

“Eu... sim, eu causei o incêndio. Mas eu não sou uma selvagem. E eles não eram apenas humanos... eles eram caçadores,” ela responde, com um olhar de dor em seus olhos amarelos.

“Se você não é uma selvagem, então prove”, eu digo, me aproximando dela. "Por que você está aqui sozinha?"

Ela levanta o braço para me mostrar uma pequena tatuagem de lua crescente—a marca de um guerreiro da matilha.

"Você é da Matilha da Lua Crescente?" Eu pergunto, um tanto cético. “Como você veio parar aqui? Esta é a fronteira da Matilha Real.”

A garota suspira, irritada. “Você é burro? Já disse, caçadores."

“Eu acho que saberia se caçadores estivessem atuando fora da minha própria matilha,” eu digo, aborrecido.

“Sua matilha? Quem fez de você o Rei?" ela pergunta, revirando os olhos. “Você é claramente apenas um guerreiro de matilha comum vindo aqui sozinho.

“E,” ela continua, “se você não conseguiu farejar os caçadores que estavam bem debaixo do seu nariz, então talvez você precise voltar a treinar.”

Caramba, essa garota é arrogante. Não acredito que ela está falando assim comigo.

“Muito conveniente que você destruiu qualquer evidência que provaria a presença de caçadores aqui,” eu rosno.

Estou surpreso ao ver as lágrimas brotando em seus olhos, rompendo seu exterior forte.

“Eu... eu simplesmente não podia deixá-los viver. O que aconteceu comigo... não posso deixar acontecer com mais ninguém.”

Mesmo que todo o meu treinamento me diga que essa garota é perigosa, meu lobo está me dizendo que ela está sendo sincera.

Algo terrível aconteceu com essa garota... algo traumático. E isso está corroendo ela.

Eu sei como é.

"Qual o seu nome?" Eu pergunto, me sentindo culpado. É a primeira pergunta que eu deveria ter feito a ela.

“Ariel. Ariel Thomas.”

Ariel Thomas da Matilha da Lua Crescente... que história se esconde por trás daqueles olhos de girassol?

Eu estendo a mão. “Você precisa de cuidados médicos. Posso te levar até a matilha?"

Ela afirma com a cabeça lentamente enquanto pega minha mão, mas quando tenta se levantar, ela grita de agonia e suas pernas se dobram. Eu a pego um pouco antes de ela atingir o chão.

Sangrando ou não, aquele ferimento da bala deve estar feio.

"Por que não está curando?" ela pergunta, frustrada.

Curando? Os lobos podem se curar mais rápido do que os humanos, mas esta é uma ferida recente. Por que ela esperava que curasse?

O barulho das árvores ao nosso redor anuncia a chegada de um esquadrão de guerreiros, liderados por Dominic, quando irrompem na clareira.

“Alex, para trás! Ela pode ser perigosa,” Dom rosna, enquanto se coloca à minha frente. "Achei que você não fosse fazer nada estúpido."

“Relaxa, a ameaça não é ela. A ameaça eram os caçadores, e eles já foram neutralizados”, eu respondo.

De repente, penso sobre como é estranho que essa garota ferida tenha conseguido escapar e matar uma gangue inteira de caçadores sozinha. Algo não está certo...

Dom sinaliza para alguns guerreiros investigarem os destroços, o incêndio agora reduzido a uma brasa.

"E quem é essa?" Dom pergunta, apontando agressivamente para a garota em meus braços.

Ela está suando muito. Está claro que os ferimentos estão fazendo ela sofrer.

"Ariel Thomas", eu respondo, tenso. “E ela precisa de cuidados médicos. Agora.

“Espere, você está sugerindo trazê-la para a matilha? Alex, ela pode ser uma selvagem, ou—”

“Ela não é uma selvagem”, diz um guerreiro mais velho enquanto dá um passo à frente. Eu o reconheço, Steven, um de nossos guerreiros mais experientes e mais respeitados.

"Como você sabe?" pergunta Dom, incrédulo.

Os olhos de Ariel se fecham enquanto ela desmaia em meus braços. Eu a aperto com força para impedi-la de cair.

“Porque...” O olhar de Steve fica sério enquanto observa Ariel. "Eu conheci o pai dela."

ARIEL

O bipe suave do monitor de frequência cardíaca me acorda do meu sono enquanto meus olhos se ajustam à forte luz fluorescente acima de mim.

Os trapos que vestia foram substituídos por uma camisola de hospital e alguém deixou um buquê de flores ao lado da minha cama.

Um sentimento repentino e avassalador me invade e sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Esta é a primeira vez em dois anos que acordo sem correntes ou algemas prendendo minhas mãos e pés. Estou finalmente livre.

Eu puxo o cobertor para examinar minha perna. Para minha surpresa, o ferimento da bala fechou completamente. É como se eu nunca tivesse levado um tiro.

"Ah, você está acordada!"

Eu rapidamente jogo o cobertor de volta sobre minha perna, não querendo chamar atenção para minha habilidade de cura.

Um homem mais velho, mais ou menos da mesma idade do meu pai, se aproxima da minha cama. Eu o reconheço como um dos guerreiros da floresta.

"Você está aqui para me vigiar?" Eu pergunto, um tanto amargamente.

Acho que não deveria me surpreender que essas pessoas não confiam em mim.

“Pelo contrário,” ele diz alegremente. “Eu vim apenas visitar. Não te vejo há anos, mas você ainda tem os olhos do seu pai.

“Como ele sempre te chamava? Sua pequena guerreira?"

“Como... como você...” eu respondo, engasgando.

“Eu conheci seu pai há muito tempo. Você provavelmente tinha apenas três ou quatro anos quando a vi pela última vez.”

"Ele está... ele está vindo?" Eu pergunto, com medo de que algo possa ter acontecido com ele nos dois anos que estive fora.

“Ele está vindo neste exato momento”, responde o homem, sorrindo. “Ele ficou muito feliz quando descobriu que você estava viva e segura.

“Ele não conseguiu dizer nenhuma palavra a não ser 'graças à Deusa' por cerca de trinta minutos.”

Realmente, graças à Deusa. Selene é a única razão de eu ainda estar aqui.

“Desculpe, não sei o seu nome”, digo, estendendo a mão para o amigo do meu pai. "Já faz um tempo desde que eu... desde que realmente conversei com alguém."

“Steven, mas você pode me chamar de Steve.”

Sua expressão fica triste quando ele aperta minha mão. “Nem imagino o que você passou, Ariel.

“Se você precisar conversar, estou aqui. E minha esposa, Louisa, também. Ela mandou as flores, na esperança de que alegrassem um pouco este quarto sem graça."

“Vocês dois são muito gentis,” eu digo, com meus olhos lacrimejando.

“É preciso alguém com muita força para passar pelo que você passou”, diz Steve, calorosamente. “Uma verdadeira guerreira. Poderíamos ter alguém como você no esquadrão.”

Uma batida suave chama nossa atenção para a porta, onde Alex está parado, segurando um buquê de girassóis.

"Steve, gostaria de falar com Ariel, se você não se importa."

“Claro” Steve diz, assentindo. "Vejo você em breve, Ariel."

Enquanto ele sai, Alex toma seu lugar ao lado da minha cama e coloca as flores em um vaso vazio.

“São minhas favoritas,” digo, impressionada. "Como você sabia?"

"Ah, uh, na verdade eu não sabia", ele gagueja. "Os girassóis me lembravam dos seus olhos."

Talvez seja apenas a iluminação fluorescente desfavorável, mas parece que o rosto de Alex está vermelho. Ele está ficando corado?

“Eu... desculpe por ter desconfiado de você na floresta,” ele diz, coçando a nuca.

"Eu deveria saber que você não era uma selvagem."

“Eu também sinto muito, por aquela alfinetada sobre os caçadores,” eu digo.

Sinto que peguei pesado. “Eles estavam se escondendo no subsolo. Era impossível descobrir o que estava acontecendo. ”

“Ariel, eu não consigo imaginar...” Alex diz, sua postura ficando rígida. "As coisas que eles fizeram com você... encontramos alguns de seus equipamentos de tortura nos destroços."

Seu rosto está vermelho de novo, mas desta vez é de raiva. “Estou feliz que você acabou com eles... mas, como? Como você conseguiu escapar?”

Alex parece alguém em quem posso confiar, mas acabei de conhecê-lo. Não me sinto confortável contando a ele todos os meus segredos. E ele acreditaria em mim se eu contasse?

Ainda não sei como funciona toda essa coisa de cura. Até agora, tem sido bastante imprevisível.

“Olha, Alex, obrigada pelas flores, mas eu realmente não quero reviver essas memórias agora,” eu digo rapidamente. "Podemos falar sobre outra coisa?"

“Ah, claro,” ele diz, agitado. "Sobre o que você quer falar?"

“Bem, nós dois somos guerreiros da matilha, não somos? Pelo menos... eu estava treinando para ser uma guerreira da matilha. Não cheguei exatamente ao meu teste final antes de... ”

Minha voz some. Dois anos atrás, minha vida foi completamente tirada de mim. Agora não tenho ideia de onde estou. Não faço ideia do que perdi.

Só porque eu desapareci não significa que o mundo parou e esperou por mim.

“Você perdeu muito,” Alex diz como se pudesse ler minha mente.

Seus olhos encontram os meus. “Quando você perde algo... ou alguém... você se sente deslocado. Leva muito tempo para encontrar seu propósito novamente.”

De repente, percebo que Alex está segurando minha mão, mas não me afasto.

Eu sinto uma conexão com ele. Pela maneira como ele entende a perda, ele deve ter perdido algo importante para ele também.

"Com licença", diz um médico abruptamente ao entrar na sala com uma prancheta. "Espero não estar interrompendo."

Alex rapidamente puxa sua mão. "Claro, o que foi?" Ele pergunta, limpando a garganta sem jeito.

“Eu gostaria de fazer mais alguns testes na Sra. Thomas, se estiver tudo bem”, diz o médico.

Alex assente e se levanta. "Nos falamos mais tarde, Ariel."

Enquanto ele caminha até a porta, o médico se curva para Alex, fazendo reverência. Que merda foi essa?

“Por favor, mantenha-me atualizado sobre o estado dela”, diz Alex, enquanto o médico levanta a cabeça.

"Claro, meu Alfa."

Ele acabou de dizer...

Alfa?

Ah, minha Deusa.

Alex não é um guerreiro da matilha. Ele é o Alfa da Matilha Real!~

O ALFA!

O que também o torna...

O Rei.

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